segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

DEIXANDO PALAVRAS - 2018


Todo fim de ano faço listas.

Tem a renovação das promessas, listas de livros que quero ler, de compras a fazer,...
A mais irritante é a das palavras irritantes do ano.
Todos os anos tem umas palavrinhas que enchem o saco de Papai Noel, imagina o meu(!?)...

Teve o aviso que era "pra já" embora fosse contradição: "demorô".
Teve o sinônimo de muvuca fedorenta e quente: "fervo".
Teve a confirmação de que não era mentira, embora parecesse: "real".
Teve a locução aglutinada interjeitiva que virou uma coisa só: "caraivéi".
Teve o ridículo estrangeirismo abrasileirado acrescido de  acento e fonema: "top" (virou "tópi" - parente do upigreidi).

A palavra irritante do ano de 2018 é... 📢📢📢📢📢
"SHOW"!!!
"Show" substitui o correto, o obrigado, o ótimo, o perfeito, e pelo jeito que é disseminado substitui até um pedido na padaria de  média e pão na chapa:

CLIENTE - Show?! (tradução: Pode me servir média e pão na chapa?!).
ATENDENTE - Show! (tradução: Claro, senhor. É para já!)
CLIENTE - Show! (tradução: Show!. Ops, desculpe: Obrigado! - isso pega... 😡)

Como são todas parentes, o desafio é construir um parágrafo inteiro contendo as elencadas e vitoriosas palavras irritantes e que façam sentido.

Quem conseguir vai ganhar um prêmio: um dicionário pirata que vou baixar no 4SHARED e mandar em PDF em 2019...
Valendo... Show?!

RABANADA QUENTE (miniconto)


Vinte e quatro de dezembro. Depois de algumas temporadas no hotel, era a primeira vez que a escala me favorecia. Finalmente passaria o Natal em casa. Trabalhei o dia todo. Problemas comuns: chegada de material, cartão do hóspede que não passa, troca de quarto, novas reservas para o ano novo, ordenança e governança ativas. Tudo rotina. Coisas comuns para quem lida com serviços.

"Chefe, a senhora do quinhentos e quatro não fez o checkout e as coisas dela ainda estão lá. Tentamos achá-la mas ela sumiu aqui dentro do hotel."
Subi pelo elevador e a camareira abriu a porta para mim. Sobre o sofá uma mala. Na cabeceira da cama algumas fotos ; incomuns na era do smartphone. Toca meu celular. É minha mãe perguntando se já tinha saído. São sete da noite. Olho as fotos e, na maioria delas, uma senhora, um senhor e eventualmente uma moça aparecem. Traços de felicidade, união, sorrisos, candura, cumplicidade. Vários lugares do mundo e em algumas delas num jardim, talvez o lar? 

A camareira aguarda para saber o que fazer. "Junte essas coisas e coloque no depósito no primeiro andar. Anote o que tiver no formulário e deixe na recepção". Meu telefone toca novamente. "Chefe, a senhora apareceu. Está na área externa do restaurante - está sentada olhando para a praia sem falar nada". "Esquece o que eu disse, deixa tudo como está e fecha a porta".

Subi até o restaurante. Minha mãe liga novamente dizendo que Marina chegou, minha irmã - saudades dela, e que a rabanada está quente como eu gosto. Nunca mais tinha comido a rabanada quente que minha mãe fazia quando eu era criança.
"Dona Isolda. Boa noite. A senhora está bem? Precisa de alguma coisa?" Ela permanece olhando para o horizonte. Lá, as Cagarras são manchas que quebram a linha do mar ao anoitecer. Penso na minha mãe. Ela nunca veio aqui. Ia gostar de ver o anoitecer. "Quem?" "Oi Dona Isolda?" "Quem ia gostar de ver o anoitecer?" Pensei alto sem perceber "Minha mãe. E a senhora, gosta daqui?" "Lembranças boas, Natais, viagens..." "Tem alguém lhe esperando nesse Natal? A senhora sairia hoje, me informaram na recepção..." "Minha filha, mas ela está muito longe. Outro país, outra cultura. Viajávamos muito, eu, ela, meu marido. Agora só uma lembrança, uma ligação protocolar. Lembro da árvore montada no jardim, um bom assado para ceia, rabanada quente,..." "Rabanada quente é minha preferida" "As melhores..." Sorriu. Sorrimos.

Ficamos em silêncio. Olhei os cabelos branquinhos daquela senhora, triste, mas serena, com suas reminiscências, com suas saudades. "Dona Isolda, depois de muito tempo esse é o primeiro Natal que passo em casa. Minha mãe já ligou dizendo que tem rabanada quente esperando por mim. A senhora quer ir comigo?"

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

SOCIEDADE NOTA C

"Os porco tão pra ganhá mais um brasileirão, meu!!", gritam felizes os torcedores alviverdes de SP. Aos demais, sobram as lamúrias: "... se meu time isso, se meu time aquilo, se o juiz aquilo outro, se...". Sempre a aflitiva conjunção subordinativa causal que fode o planeta. A ideia do derrotado, em geral, é diminuir a competência do vencedor ou atribuir exceções como causa da derrota. Mas taí a "porcalhada alegre" (com todo respeito) com mais pontos, mais gols feitos, menos gols sofridos, mais vitórias, menos derrotas, passando por cima dos demais com o seu vitorioso vovô Scolari Sete a Um - porque depois do tombo, ele sabe, você limpa o joelho e segue adiante.

Minha filha é alguém muito capaz. Na escola recebe boas notas pois estuda mais, se empenha mais e é mais responsável. Outro dia, num trabalho de grupo, fez sua parte combinada com os outros e levou para aula. Eram cinco ou seis no grupo. Só ela fez sua parte, só ela apresentou, só ela falou chorando de raiva sobre o tema na frente da turma pois sabia que ganharia nota C. O choro virou chacota  dos indolentes, inclusive dos que não fizeram suas partes. A professora não analisou quem fez ou não fez. O importante é diminuir o trabalho na quantidade de correções e, a título de "desenvolvimento do espírito de integração, tria amada salve salve" nivelar todo mundo por baixo.

No quartel, me lembro que quando um errava na ordem unida todos pagavam com mais dez minutos marchando de coturno, gandola e FAO, no campo de futebol ao sol do meio dia. E eram muitos dez minutos que não me fizeram um pessoa melhor ou acrescentaram qualquer conhecimento à vida. Minto. Acrescentaram essa espécie de repulsa ao julgamento coletivo quando o erro é individual.

Quando um vândalo quebra um bem público (ou mesmo privado) ele não pensa no que ou em quantos vai afetar com sua estupidez. Ele só quebra por uma revolta injustificada ou justifica sua revolta na sociedade injusta. Resultado, todos ficam sem e tudo fica ainda mais injusto!

Um bom amigo acabou de passar, entre milhares de candidatos, em um concurso. Quem faz concurso sabe o quanto se tem que estudar. Horas insones lendo e relendo a "lei seca", assistindo aulas, refazendo e interpretando questões. Só passa quem for bom. Naqueles que não passam dá para perceber duas atitudes. A primeira: "beleza, é mais experiência para o próximo". A segunda, e bem comum: "concurso é jogo de cartas marcadas onde só entra peixinho". Então, queridão, para que você prestou concurso?

Aí eu fico aqui pensando que se você não faz o melhor que pode, como esperar ter os mesmos resultados dos que o fazem?

Ao mesmo tempo, permaneço pensando, qual o motivo de se punir coletivamente o erro causado por um só indivíduo?

Pensando um pouquinho mais percebo que são essas coisas que criam a sociedade do muchocho, da análise rasteira, do deixa pra lá que é assim mesmo. Uma sociedade sem brio, acostumada com o fracasso e que é capaz de se alimentar dele para permanecer na mesma. Aquela que não prima pelo que é melhor nem estimula os melhores. Um espírito coletivo onde o mínimo pode parecer o suficiente.


Uma sociedade nota C.


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O QUE NÃO PODE SER

O QUE NÃO PODE SER
(ou: "Perdendo amigos III - o desafio  final; ou ainda: "Só ficou quem voltou branco")

Lembra daquela música do Titãs "... não é o que não pode ser..."

Três pessoas que me são muito caras, e que não se conhecem, perguntaram se seus amigos já leram os programas de governo dos candidatos à presidência que passaram para o segundo turno.

Queridos, tô achando meio tarde, não???? Mas tudo bem.

Sim eu li. De todos os candidatos com alguma relevância. No caso, os dois programas que restaram, eu achei ruins. Para mim. Não crítico a opinião de ninguém.

O do PT, em vários pontos, tem a terrível pretensão de aumentar os seus poderes e o tamanho do Estado. De quebra, namora com  a "regulação" dos órgãos de comunicação.

O do PSL, uma carta de intenções sem a menor objetividade de mais de 80 páginas, de conteúdo raso e panfletário, que diz que fará o mundo mágico de Oz, com o uso do Divino em seu slogan eleitoreiro. Ah! Resolve tudo. Só não explica como.

De um lado, um candidato corrupto cheio de processos pendentes, dependente da opinião de um chefe presidiário de um partido corruptor e corrompido.
De quebra sua experiência administrativa que lhe rendeu rejeição e derrota na tentativa de reeleição na prefeitura de São Paulo. Um boneco. Um  mamulengo. É fato, não é #fake! Pergunta pro Álvaro Dias...

O outro candidato que promete "terceirizar" sua própria presidência pois não tem o menor conhecimento de economia, gestão, ou o que quer que seja minimamente importante para administrar um condomínio, que dirá um país; e acha isso ótimo: "Vai perguntar para o "Posto Ipiranga" - fala sorrindo. É um homem tosco. Um deputado do baixo clero que nunca foi representativo na Câmara. Já tentei imaginar ele na ONU ao lado de Angela Merkel e senti vergonha. Ganhou apoio popular graças aos bate bocas com Jean Willis e Maria do Rosário. Essas duas figuras lhe deram uma notoriedade pitoresca, folclórica e agora  perigosa. Sem os dois, Bolsonaro passaria vida por mais mandatos ganhando dinheiro fácil do contribuinte, fazendo discursos para ninguém.

A mim, não importa se proclamam-se de esquerda ou direita.

É patético dizer que um país que está inserido até o talo no mercado internacional vai virar um arremedo como a Venezuela, de Chaves e de Maduro, se o oponente vencer. Isso é querer angariar votos do populacho ignorante.

Da mesma forma tentar fazer com que a população acredite que, de uma hora para outra, um partido que viveu como um carrapato nas tetas do Estado por três mandatos será a solução para o caos. O PT é um caso raro de lavagem cerebral coletiva: viveu às custas das maiores corporações do Brasil, fez negociatas, ofereceu concessões e regalias a todas elas, lucros inimagináveis a alguns, sempre solidários, bancos e a plebe ignara continua achando que é um partido de esquerda por que ajustou programas assistencialistas com as migalhas que sobraram.

Esquerda ou direita não existem por aqui. Só nesses  discursos populistas e ridículos  que tenho ouvido nas últimas seis eleições.

Nunca fiz isso, mas se não estiver afim, nem voto. Com o dinheiro da multa compro menos pão e vejo se engato uma dieta.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

CONVICÇÕES


O pronome possessivo é algo importante na língua portuguesa. Deve demonstrar pertencimento.
Assim, MINHAS convicções sobre o que quer que seja são somente minhas. Posso compartilhá-las se quiser, mas ainda assim serão só minhas.

Não posso, e não devo - e isto é uma destas convicções - querer fazer com que você pense como eu. Seja através de meus argumentos normalmente falhos ou por argumentos alheios (o que beira a idiotização) e mais falhos ainda. Hoje, eu diria que há uma enorme quantidade de argumentos falhos que geram uma ridícula hostilidade coletiva.

Eu, enquanto senhor de minhas convicções falhas, posso demonstrar que existe uma via diferente da sua (e no planeta são bilhões de vias) que pode estar totalmente oposta ao que você pensa, ou pode eventualmente estar  alinhada a você.

Se conseguimos alinhar em algum momento da vida as nossas vias,  parabéns, você está lendo este texto.

O difícil é dar o braço a torcer que, ainda que convictos, ambos possamos estar errados.

Estou convicto que você entendeu.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

GOOGLERIZANDO O IMBECILISMO


Tem uma paradinha que a tia ensina na aula de português que, quando vamos "adultando", passando pelo ensino médio, participando dos ENENS pela vida, queimando mufas em concursos, pós-graduando-nos nas cousas do mundo, enfim, que chamamos de interpretação de texto. Dentro da interpretação, tem um subproduto engenhoso chamado contexto.

Quando nosso amiguinho argentino que mora lá no Vaticano do alto de sua sapiência observou que o desenvolvimentismo é mais importante que o armamentismo, falava em sentido amplo, falava sobre congraçamento, entendimento e fraternidade para trabalharem no crescimento entre povos, como forma de encurtar diferenças, rechaçando guerras entre nações e consequente crescimento da indústria armamentista.

Ok, ficou claro? Então tá.

Aí, no Brasil surgem os brasileirinhos,  "cidadãos de bem", com seus comentários hidrofóbicos (procura no Google que eu espero), misturando o tal contexto que a tia pelejou pra ensinar... Não conseguiu tia, lamento.

Sobre o contexto que fizeram suas pitorescas observações, tenho algumas das minhas observações.

Quando, com o suor do trabalho, pagamos nossos impostos até mais ou menos metade do ano - você sabe que o que ganhamos até quase o meio do ano é só pra pagar impostos ( vai no Google que eu espero) o que o Estado nos pega de forma compulsória (vai no Google que eu espero mais um pouquinho), incluímos nesse pacote uma coisinha chamada segurança pública. Dentro dessa coisinha estão inclusas entre outras coisas profissionais especialistas na garantia desta segurança, com inteligência, força, equipamentos de comunicação e tecnologia e, quase ia esquecendo: armas.

Tudo isso faz parte do contrato social (vai lá no Google que eu espero).

No momento em que se propõe a possibilidade de aquisição de armas de forma facilitada ao "cidadão de bem", o Estado estará transferindo o problema de segurança para a população e demonstrando sua total incompetência para gerir o dinheiro arrecadado e suas políticas sociais e de segurança. Não consegue criar estratégias para não marginalizar nem consegue conter a violência gerada pela marginalização.

O Estado incompetente vira pra você e fala assim:

"Ó, se defende aê que deu ruim aquê..." ou "Toma essa pistola igual a da minha polícia e vai trocar tiro com o bandido de fuzil que não tem nada a perder". 

Ouvi vozes interiores: "Fala isso mesmo para o bandido seu esquerdista Fdp! "

Observe, não se trata de minha pessoinha supostamente ter hipotéticos lados de esquerda ou direita - quem me conhece sabe que eu firmemente nego que eles existam aqui em Pindorama. Tenho convicção que só servem ao propósito de atrair "torcidas eleitorais". Estou pensando exclusivamente no que pagamos para ter e não temos enquanto existem essa brigas e propostas ridículas.

Nada disso precisamos procurar no Google. É só interpretar o contexto em que estamos inseridos.

Ah!!!

Parabéns  para o Google que está fazendo aniversário!!!

sábado, 7 de julho de 2018

NEYMAR E O MERTHIOLATE

Eu nunca aprendi a soltar pipa. Sempre fui um pereba, um inapto, um insipiente, um enrolador de linha 10. Entretanto, sei fazer ótimas pipas. Vai entender... Lembro do meu irmão soltando pipa em cima de caixa d'água e gritando: Dá linha! Dá linha, porra!!


Nessa época juvenil, eu gostava era de bola na quadra rala côco, na escola, na rua de paralelepípedo. Joelho ralado, calombo na canela, dedão esfolado,... No dia seguinte, mais futebol. O melhor futebol do mundo. Quem caía passava a mão no joelho sangrando e seguia o jogo. Chegando em casa banho ardido com sabonete na ferida e Merthiolate.

O "menino" Neymar não passou pelo Merthiolate root. Vive envolto numa bolha de paparicos e, a cada queda, seu absurdo coitadismo de criança mimada não suporta ser contrariado. Na minha escola seria chamado de viadinho. Sem que isso tenha qualquer conotação depreciativa de gênero. Viadinho é o mimadinho. O "dodói". O enjoado arrumadinho. O dono da bola que não sabe perder e ficar esperando a vez na partida de fora. Quer levar a bola embora.

Sua atitude em campo, faz parte do pacote daquele que se acha perseguido, do que não bota a cara em entrevista na derrota, do que ainda não aprende a ganhar pois não sabe perder.

Depois da última tirada dele que não sabe se tem forças para seguir, que pese sua absurda técnica: Neymar, dá linha, porra!!!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

VIRANDO PÃO

Tô vendo aquele apoio incondicional à greve de "caminhoneiros" que aumentou o preço de um monte de produtos, fez desaparecer combustíveis dos postos e fez cair as ações da empresa que seria a grande vilã dessa história.

Entendi que quem bancou essa greve tem CNPJ, não CPF. É um grande engano que há uma mobilização de uma categoria de trabalhadores, ou as balas de borracha já estariam comendo soltas.
É um segundo grande engano que esta greve trará resultados para uma maioria.
É um terceiro grande engano que o problema foi gerado exclusivamente pela Petrobrás.

Agora o governo tenta passar por negociador (atrasado como sempre) com as empresas de transporte - e não caminhoneiros - a crise que foi gerada somente por sua incompetência absoluta em investir em malhas de transporte que hoje dependem quase que exclusivamente de meios rodoviários.

Observar que os representantes efetivos dos caminhoneiros saíram da mesa de negociação ao perceber o que se passava de verdade, ou seja reduzir impostos para os patrões.

Logo, os trabalhadores foram embrulhados no papel de pão mais uma vez.

terça-feira, 17 de abril de 2018

DONA IVONE


A gente fica sem sono. Vendo a TV às vezes fica triste.
Uma vez vi o Roberto D'Ávila, que em uma de suas centenas de entrevistas, deu voz à uma senhora de uns setenta, oitenta anos - não lembro mais quanto tempo faz - e ela contou com absoluta singeleza uma passagem triste de sua vida. Essa história acabou gerando um dos sambas mais bonitos que já se ouviu.
A forma como contou, durante muito tempo, fez com que cada vez que eu ouvisse a música meus olhos desaguassem.
Que coisa, não?! Eu, marrento pra burro com o olhar marejado cada vez que a senhora surgia na TV.
Muitas vezes.
Muitas vezes.
Até que o tempo passa, não se ouvem mais tantas boas músicas ou histórias, a vida te embrutece e você não chora mais por isso ou aquilo.
Agora não choro mais. Mas, de verdade, fiquei triste.



sábado, 14 de abril de 2018

RELAÇÕES DE CONFIANÇA


Emílio e Marcelo Odebrecht, junto com seus executivos, durante ao menos três décadas foram as pessoas mais requisitadas no país.


O amigo, o vizinho, o lindinho, o bonitinho, o nervosinho, e os incontáveis personagens "fofos", listados nas planilhas, os tinham como os grandes companheiros do crescimento financeiro pessoal e partidário.

Contrapartidas. Relações de confiança.

Te dou agora, você me ajuda, superfaturamos, você me paga com dinheiro público e começa tudo de novo.

A roda da fortuna. 

As verdadeiras PPP's.


No rádio, Tv e na Internet, passamos o feriado ouvindo delatores premiados, contidos nos Terabites de vídeos. Cabe a você decidir se também será premiado em 2018 ou se permanecerá como parte integrante na roda da fortuna. O dinheiro é todo seu.

Lembrança de abril de 2017

sábado, 17 de março de 2018

À BANGU


Antigamente se dizia na pelada de rua que após um gol o recomeço do jogo, a saída, poderia ser  ""à" Bangu" - ao invés de colocar organizadamente a bola em jogo no meio do "campo".
Me contaram que o termo surgiu quando os jogadores perceberam que perdiam muito tempo indo buscar a pelota no mato. Para reiniciar o jogo logo, resolviam a questão dando a saída com o goleiro ou com um zagueiro. Talvez isso tenha nascido com os boleiros de Bangu muito tempo atrás.
Com o tempo, o "à Bangu" - a crase é uma "licença poética" - virou sinônimo de bagunça. Talvez uma injustiça com o bairro de Bangu.
Vendo o noticiário político-policial, não há outro termo:
Saporra tá "à Bangu" !!!!
Tá na hora de botar a pelota debaixo do braço, levar até o meio campo e de uma vez por todas sair com essa bola direito.

Lembrança de 2016.

INSENSATEZ


É hora de pesar as mãos. É hora de pesar. É hora de pesar.

Agora, noites após os assassinatos de uma representante popular e de inocentes pais de família e uma criança, após homenagens, lágrimas, manifestações de repúdio, infalíveis haters, etc, etc, etc,... A poeira nunca abaixa no Rio e preciso permanecer intranquilo, intransigente e, ainda bem, indignado.

Quando crimes com estas características acontecem, a distorção sobre quem é o assassino faz com que população não enxergue que o verdadeiro criminoso é o Estado.
O Estado corrupto que não provê saúde, educação e justiça social. Que deixa o tráfico e milícias dominarem o estado e se espalhar pelo país - se é que não se alia e potencializa a estes.

Que, através de suas representações, gera uma consciência rasa de confronto entre a população, sem efetivamente querer resolver o que quer que seja.
Nego peremptoriamente que me governe, represente ou me imponha seus impostos, sem que eu receba ao menos o que está escrito, de forma hipócrita , no artigo quinto de sua Constituição.

Nego ao Estado que não pune e que não provê condições para que nunca precise punir.

Nego a insensatez da plebe ignara que engole e reproduz discurso pronto de Lulas, Bolsonaros, Ciros, Dórias e outros arquétipos da insipiente democracia brasileira.

Nego a mesma massa que não consegue ver que duas coisas que lhe impuseram como contrárias não precisam necessariamente excluir uma à outra, e que não vê que ambas, sem o discurso para torcida e sem corrupções, podem ser boas se juntas.

Cansado de palavrório insano.

Cansado dessa porra toda.

sexta-feira, 9 de março de 2018

ESTOURADA É DA DEFESA



Quando minha bola era redondinha e eu dava carretilhas, dribles da vaca, elásticos e puxadinhas de letra, logo a zaga vinha como uma orangotango aflita a chutar tudo o que havia pela frente: bola, vento minha canela - não necessariamente nessa ordem - jogando tudo para o mato, mesmo que o jogo não fosse de campeonato. Algum adversário vinha gritando: "Estourada da defesa !!!"

E eu lá caido no chão gritava: é o carajo !!!! Isso é falta, po##a !!!
Observo
, faz alguns meses, esse bate boca inútil e infantil entre defensores do atual governo e o partido que o levou ao poder e os contrários.
Os defensores do atual governo e o partido que os levou ao poder registram que os defensores do governo anterior e do partido que os levou ao poder na ocasião, sofrem de falta de memória para os desmandos e casos de corrupção que foram esquecidos e engavetados de forma absurda e só eles, os defensores do governo atual e o partido que os levou ao poder, lutaram contra o status quo e que legitimamente foram eleitos pelo voto popular e consequentemente, qualquer afirmação sobre  incompetência e o caráter duvidoso de suas lideranças é golpismo, facismo, dadaísmo, cubismo, misticismo e todos os "ismos" possíveis para a mesma arcaica defesa tatibitati do coitadismo instituído, ratificado e institucionalizado pelos defensores do governo atual e o partido que os levou ao poder e pelo líder dessa seita.
Ora, pela lógica, depois de mais uma década de "governo", se os responsáveis pela devassidão política do governo anterior não tiveram qualquer punição pelos seus atos, observo que teríamos algumas variáveis a serem consideradas:
A) o governo atual foi de tal incompetência que não conseguiu investigar e/ou punir ninguém do governo anterior em seus atos ilícitos - mesmo com maioria no congresso e tendo indicado a maioria dos ministros do supremo.

B) O governo atual manteve e ampliou as possibilidades de lucro ilícito do governo anterior e por tanto não valia a pena "mexer" nisso - não "mexe" nisso não... - teria dito seu líder supremo.

C) O governo atual não teve traquejo sequer para manter em sigilo seus próprios atos ilícitos e por isso pagam por sua incompetência.

D) O governo atual e incompetente não consegue freiar as instituições e servidores sob seu "comando", passando a utilizar o discurso de cortar na própria carne os tentáculos da corrupção institucional de mais de uma década mesmo contra o discurso da máquina midiática e golpista

E) Todas as respostas acima
E as conversas e todo o palavrório político girarão em torno do mesmo tema, de ao menos três décadas, seja quais forem os defensores dos governos antigos e atuais: em caso de dúvida, a estourada é sempre da defesa e a culpa de tudo é sempre da Globo, né ?

Lembrança de março de 2016

quarta-feira, 7 de março de 2018

UM PATINHO


Gosto muito de música. Está até escrito num dos meus livros o tanto que ouço. Ontem estava visitando "A Revolta dos Dandis" do Engenheiros do Havaí. As canções que dão título ao álbum parecem perfeitas para o momento em que vivemos. Entre antagonismos fabricados, estamos estranhamente perdidos, entre o ruim e o péssimo. E que aquilo que eventual ou constantemente nos oprime são, embora opostos, exatamente a mesma coisa. Uma imagem de Camus é nossa atual fotografia.
Viajo ao ser político e minha verdade é que as (mal)dita esquerda e (mal)dita direita em cargos eletivos, nesta canoinha desgovernada, não existem como fazem questão de te vender todo santo dia. Dia pagão também.
Existe um prosaico pensamento solto no ar e que jamais sai do papel - "Vai estudar! " é o que dizem - e paira somente nas intervenções batidas e demagógicas para arrebatar, com um populismo feito para estúpidos, diga-se de passagem, as futuras massas votantes.
Você que se exalta quando se fala mal do seu ladrão de estimação - esse termo é de uma sabedoria incomum - e de ocasião, tenha ciência que se você não disser ou fizer nada, novos ladrões apadrinhados ou "apaternados" por velhos ladrões permanecerão à sua porta levando de forma oficial seu suado dinheirinho.
Serão inventados de tempos em tempos impostos compulsórios, obras de recuperação, ampliação de leitos, reforços financeiros para infraestrutura, compra de maquinário, ampliação da malha viária em projetos de longo prazo, etc.
Será criada a Negrobras ou a Afrodecendentebras (para ter uma proposta afirmativa) em substituição à, hoje, combalida Petrobras de onde serão captados recursos, agora para energia baseada em vento ou carvão, dependendo da linha política que te empurrarem goela abaixo.
A propaganda oficial, a corrente e a de campanhas, que você paga enquanto lhe sorriem, dirá que será distribuida renda entre os mais pobres ou que se incentivará as empresas industriais e comerciais para aumentar empregos. Hoje você pagou cinco minutos de propaganda em rede nacional nos canais abertos. Doeu?
Dirão ainda que surgiu a novidade política que você esperava, ilibada moral, altruísta e inacreditável como uma Tec Pix.
Falarão para você dos direitos das minorias que você o-bri-ga-to-ria-men-te TEM que apoiar ou você será um fascista "igual a eles" , ou dos "comunas" que querem acabar da família brasileira por qualquer motivo idiota.
E você, se quiser, cairá novamente como um patinho a ser farejado por sabujos, caindo como sempre caiu na conversa populista de "esquerdopatas" ou "direitistas coxinhas".
Ah, patinho...
Já encheu.

Lembrança de março de 2017

sábado, 3 de março de 2018

PARECE ÓBVIO MAS NÃO É

O mais interessante da time line do FB é que posso escrever o que quiser, ao limite de minha responsabilidade; ou seja, cabe a mim decidir o que escrever ou não. Se quiser falar de algo, alguém ou alguma coisa o problema ou a solução, é exclusivamente minha.
A importância dada a este ou àquele assunto é tratada de forma pessoal, e, no meu caso, depende de quanto tempo tenho para perder (ou ganhar) com ele.

O fato é que eventuais interpretações, pensamentos ou mesmo compartilhamentos de fatos ou ideias dizem respeito ao autor em seu perfil pessoal, cabe a ele responder ou não a possíveis ponderações de seus amigos, seguidores ou conhecidos. Sobre certos temas, pode até se transformar em discussões saudáveis.

Quando observo comentários na TL de algum contato, ou alguém que eventualmente acompanho, com os quais não concordo, abstenho-me. E, olha, tenho lido tanta coisa estranha...

Cada um que seja responsável pelas próprias palavras.

Na minha TL - ainda bem que faz tempo que não acontece -  transformar meu comentário em um cavalo de batalha, terá como retorno sincera desatenção - não costumo ter cavalgaduras como interlocutores.

Para estes casos, cabe a máxima: no dia em que sua opinião for pizza, você me dá.

Lembrança de março de 2016.

CAMPEÕES

Eu li, faz alguns minutos, alguma coisa sobre um cara que associava vitórias pessoais esportivas à falência da sociedade(???). Algo como: toda vez que há um campeão, estimulamos que haja sempre um vitorioso e muitos fracassados, e isso segrega, e isso leva à miséria(?), e isso sobrepõe o mais forte sobre o mais fraco, e isso é o mal da humanidade, e isso... E aquilo...
Competimos desde o princípio. Você que está lendo foi um espermatozóide campeão🎉☺👍.
Competimos por comida e pelo sexo, ainda primatas.
Competimos por território, sendo homo erectus. Competimos pela liderança, como homo sapiens.
Imagine entre sábios, aquele que quer que seu conhecimento prevaleça. Fará com que suas teorias e práticas sejam comprovadas. Assim evolui a ciência.
Competir faz com que avancemos.
Competir faz com que aquele que perdeu busque algo novo.
Perdeu? Levanta, limpa o joelho e vai de novo para o jogo !!

Lembrança de fevereiro de 2017

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O SENTIDO DA VIDA

Meu filho, em suas elucubrações (vai procurar no Google que eu espero) filosóficas, afirmou que roubaram o sentido da vida. Não sei se sei. 
Sei lá se tudo ou nada make sense, gente boa! O fato é que vou por aí. Ir por aí faz sentido. Ficar parado não.

Tem uma galera que acha que sentido da vida faz parte de algum tipo de projeção divina. Eu não. Tudo bem, cada um na sua.
Tem outra que correr atrás da grana - é, aquela que ergue é destrói coisas belas (valeu Caetano) é o que interessa. Também tudo bem, boa sorte, se quiser dividir me chama.
Outros ainda,  que noites ou dias com um bocado de sangue correndo no seu álcool faz parte do compartilhamento de alegrias com amigos, paixões (sejam elas quais forem), e que isso é o que faz sentido.

Alguns pensam demais, outros de menos, mas o sentido, creio, é para ser sentido, se é que entendem o  meu sentido, minhas percepções, parágrafos, vírgulas e etecéteras,...

Eu, quando tinha a idade da minha prole, pegava o 433 e ia na orla olhar o mar, descalço, só de short, com o dinheiro da volta e do pão doce da padaria da Ataúfo de Paiva. Depois de jacarés mal pegados, ficava um tempão olhando para as Cagarras (vai procurar no Google que eu espero), projetando um futuro que aconteceu só em parte. Mas e daí? O sol era quente, o vento era bom e as bundas eram lindas. "Ah, tinha que ter a objetização da mulher!". Tinha, era hormonal - sem culpa !

Hoje um abraço apertado, uma graça por besteiras, um bom sexo, uns dias de sol, outros de chuva, o cheiro da pizza assando, um obrigado, aprender coisas novas, ensinar coisas velhas, ouvir aquela música nova, ou aquela música velha, perfume bom no ar,  café no bule, o riso quando vier, o choro que não se deve evitar, matar saudades de algo ou alguém, um cigarro para quem fuma - mas faz mal, tudo aos poucos ou ao mesmo tempo, recuperam trazem e fazem todo o sentido.

Então, malandragem, pare de pensar se roubaram ou não o sentido da vida e vai procurar seus instantes de liberdade, de graça, prazer, descompromisso, que a cada dia você vai perceber que as pequenas coisas que você acha triviais podem te dar o sentido que você acha que roubaram por não achá-lo na frente de uma tela. Não adianta procurar no Google.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

VELHO PAPO

Começou tudo de novo...

Tenho observado as práticas de alguns pre-candidatos. A maior parte, com o mesmo discurso vazio e requentado de eleições anteriores. O velho papo de "ele vai ser sua voz", "ele vem forte", "tamo junto",...

Derrota. É o que espero para estes.

Não conseguem articular o quê, como e quando pretendem realizar suas promessas. Seus planos mirabolantes. Misturando responsabilidades municipais com responsabilidades estaduais e federais no mesmo discurso populista e - perdoem-me  - escroto de sempre - só para iludir o eleitor. Um oba oba para tentar angariar votos com promessas, jeitinhos, ou mesmo no grito. Falta coerência. Ética.

E se já não conseguem articular nem as próprias palavras - concordâncias gramaticais, o que dirá ter conhecimento da lei que lhes pertence. Se fizermos um teste, fazendo qualquer pergunta sobre a lei orgânica municipal, constituição estadual ou federal, os que se arvoraram aos cargos - sem saber bem o que é isso - responderão: "Ãh?"

A ilusão de uns trocados, o buzinaço, a promessa de boquinhas aqui e ali, farão continuar tudo como está.

É o momento de olhar para frente com responsabilidade com o dinheiro público; com projetos de início, meio e fim; de governar e legislar para todos e não para alguns; de um governo transparente que não omita números para esconder sabe-se lá o quê.

Use seu voto para evoluir, não para ficar na mesma com os mesmos. Se é para mudar, mude tudo de uma vez.

Lembrança de setembro de 2016

PAU DE SELFIE

Façamos o seguinte: tiremos uma fotografia dos útimos dias.

Nessa foto, veja se você está enquadrado:

entre os insatisfeitos com as "administrações" do seu município, estado e país;

entre os inadimplentes do sistema bancário;

entre os que procuram alternativas para aumentar a renda familiar;

entre os desempregados relacionados ou não no CAGED;

entre os que têm medo das chuvas do começo do ano;

entre os que se surpreendem a cada cobrança de energia elétrica;

entre os indignados com a inflação ilusória divulgadas pelas pesquisas;

entre os que são prejudicados por políticas financeiras desatrosas;

entre os que dormem pensando como irão resolver o dia seguinte.
Você não está sozinho.
Seria preciso um pau de selfie enorme para todo mundo sair na foto.

Lembrança de Janeiro de 2016

LOUCURAS POR AÍ

Passeio semanal.

Um louco incendeia uma creche em MG.

Um louco atira contra uma multidão em Las Vegas.

Um louco lança um míssil que atravessa o Japão.

Campanha pelos loucos que só rasgam dinheiro.

Lembrança de outubro de 2017

"SAIU DO GRUPO "

Ainda a pouco fui adicionado juntamente a 39 incautos a mais um grupo no Messenger  do FB.  Como já estou cascudo do WhatsApp fui direto na opção "sair do grupo".

Mas antes, "Blim" " quem é você?"; "Blim"  "quem me adicionou?"; "Blim" "sacanagem"; "Blim" "se eu pego o filho da phluta..." . Ficou parecendo um episódio de "Tunel do Tempo" (ops, entreguei a idade!")

Os criadores das redes sociais, apps e futilidades em geral (ora, tenho meu momento fútil também, por que não ?!) deveriam criar algo como um semancômetro, um pardal, um radar qualquer que gerasse multa para cada bobão que te insere em grupos "nada a ver/ nada consta/ nada acrescenta".  Vou criar um grupo para protestar contra essa prática e vou te adicionar...

Lembrança de outubro de 2017

O SEU PAPEL

Na administração pública, seja em qual esfera for, causa e consequência do "indevido" são sempre as mesmas: desvios de dinheiro enchem as burras dos administradores e legisladores (com raríssimas e bem aventuradas exceções - é bom que se diga); indícios de corrupções e fraudes são comprovados; defensores dos errados balançam os rabos dóceis, castrados e fiéis a uma lógica burra ou comprada; opositores praguejam como se pecados não tivessem; corruptos e corruptores tentam defender o indefensável; o dinheiro para fazer a máquina funcionar some de vez; aumenta-se os impostos, taxas e contribuições para tentar salvar o navio até as próximas eleições; e o contribuinte, como sempre, cumpre seu papel na orgia.

FRASES FEITAS

Sei lá... Acho que todo mundo devia lembrar que sua mãe, em algum momento da vida, te disse: "você não é todo mundo".

Basta ser você que está bom.

Tenho achado que o sentimento de "despertencimento" é bem melhor do que o coro burro da galhofa gratuita, do bom-mocismo coletivo de ocasião ou do odiozinho boboca sobre qualquer coisa de tribos na rede.

Lembro do verso da velha canção: "os outros são os outros, e só".

Lembrança de dezembro de 2015

BURACOS DA DISCÓRDIA

Já tem tempo que a gente ouve reclamações por causa da tomada de três pinos.  Aí, numa espécie de celebração,  os fanfarrões dos caras fabricam um adaptador  (ou benjamim) no qual, dependendo do plug, só dá pra conectar um aparelho, pois os dois encaixes são voltados para dentro e a maior parte dos aparelhos que tem esta maldição, têm os machos com os fios voltados para os lados .
Eram deuses os astronautas ou serei eu o ignorante?
Ah, repare que os fabricantes desta maravilhosa solução, fizeram os furos da esquerda, menores que os da direita - e isso não vale como análise política, são somente buracos.
Não tenho o menor interesse em perfis técnicos do desenho industrial do artefato.  Só preciso ligar dois aparelhos ao mesmo tempo. Custa?!
Custa. 5 pratas no camelô.

Lembrança de fevereiro de 2016

CALÇAS RASGADAS (da série: PERDENDO AMIGOS)

Desde criança ouço falar do Lula. Antes do apelido virar nome. Lá nos anos 70. A maioria aqui nem era nascida. Havia uma aura de contestação ao establishment e isso era bom. O discurso virulento contra as calças e costas largas do alto empresariado. Um sindicalista sem dedo que demonstrava insatisfação de uma forma diferente. Um punk operário. Alguém que, embora eu percebesse ter uma visão limitada - suas convicções eram voltadas exclusivamente às necessidades dos operários do ABC Paulista - respeitava.
O tempo passou. Lula fundou um partido, virou parlamentar, candidato a presidente derrotado algumas vezes ainda contestando as políticas do Estado no qual estava inserido, até que...
...entendeu o jogo.
Tornou-se o Lula paz e amor. Aí Luís Inácio virou mais um, como sabemos hoje. Navegou no Plano Real depois de contestá-lo. Pelo projeto de poder, alinhavou acordos que beneficiaram cúpulas de empresários, partidos políticos e agregados - exatamente a prática que dizia combater por toda vida pública. Um acordo social que vende uma imagem de socialismo tupiniquim mas suprime impostos de empresários financiando consumo, num capitalismo combatido somente no discurso. Que distribuiu dinheiro entre famílias miseráveis para torná-los pobres orgulhosos cheios de carnês na gaveta e sem saída sustentável de educação de qualidade e oferta de emprego.
Lamento que alguém tenha tido nas mãos um país inteiro pronto para o desenvolvimento econômico e social e preferiu um pacto com o poder e a estagnação.
Hoje, as calças rasgadas do movimento punk viraram uma moda descartável. Sindicalismo virou associação ao conchavo partidário.
Ontem quando a Ministra Carmen Lúcia no STF bateu em um homem que tenta parecer o que poderia ter sido, eu lamento. Não lamento um voto, pois nunca votei nele. Lamento o que poderíamos ser e não somos. Onde poderíamos estar e não estamos.
Lamento não poder botar calças rasgadas sem parecer estar na moda.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

PROCESSO SELETIVO (da série: PERDENDO AMIGOS)


Fico aqui pensando que ser eleito para algumas legislaturas não deve ser um trabalho tão difícil. Se quiser mesmo, precisa defender uma minoria qualquer, levantar uma ou duas bandeiras, assumir um discurso voraz contra um estado incompetente e conseguir algum suporte financeiro. É uma boa receita, não?!
Encontramos casos de "sucesso" por aí. Alguns me vêm à mente. Sérgio Cabral, o guardião dos aposentados - espero que se aposente na cadeia. Jean Willis, o defensor estridente da causa LGBTSTUVXZ, e, ultimamente, seu antagonista planejado (feitos um para o outro), Jair Bolsonaro, a voz dos militares no plenário. Veja a diversidade é um princípio democrático perfeito. Opiniões e representatividades, mesmo divergentes são bem vindas no pacote. Não se sobrevive só de pizza de muçarela.
Voltando à vaca fria, este último, é o seu Jair, com cara de síndico em reunião de condomínio, após mais de um quarto de século como congressista, teve apenas dois projetos de lei aprovados. Sua relevância política na casa legislativa aparentemente é ínfima. Na minha vida, é nula.
Agora, como todo cidadão deste país, ele tem direito à candidatura à presidência. Fiquei aqui pensando nele sentado ao lado de Angela Merkel. Discursando no púlpito da ONU. Na foto do G20. As imagens se esmaeceram de imediato. É isso! A alcunha de mito é uma fantasia do imaginário infantil, como o Saci Pererê, o boitatá, a mula sem cabeça,... Quando crescemos são esquecidas na memória. A não ser que você queira permanecer em uma eterna infância. 
Não há cacife que banque um bravateiro por muito tempo. Collor foi assim. Não há capacidade por trás de um discurso lugar comum. Vagas ideias fixas repetidas à exaustão. Um grande vazio. Se alguém fala o que o populacho gostaria de ouvir, não seria por isso que deveria votar neste ou naquele. Um ex-presidente aí é o exemplo deste caso. Agora ele se envolve em outros casos, só que no judiciário.
É óbvio que exijo que meu candidato esteja bem cotado no  ECA!!! 
Será que ele passa no segundo item?
Não ter um processo nas costas é uma das coisas mínimas que você exigiria para alguém que quer casar com a sua filha, imagine para um candidato à presidente. É algo como a Libertadores para o Flamengo. É obrigação.
No processo seletivo à presidência, para mim, ele não passa da primeira etapa. Passa, talvez, pela entrevista do RH, repetindo o discurso decorado , ensinado por um Max Heringer da vida, mas não passa na entrevista com o gerente. Faltam-lhe habilidades e competências. É bom que sejamos o gerente de todos os possíveis candidatos. 
CPF limpo não basta, garoto.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PERDENDO AMIGOS

Faz uns dias, saí de casa para uma frívola viagem de Van a caminho do trabalho. Tinham combinado um horário com os passageiros e saíram antes. A combinação foi feita no WhatsApp. Mostrei que estavam errados, saí do grupo e segui a vida. Meia hora depois alguém que não conheço passou mensagem defendendo o erro do horário do motorista. Tenho sido um sujeito educado e pacientemente observei o que tinha acontecido. Recebi uma repreensão de alguém que não conheço por estar certo.
Fui educado só pra encerrar a discussão e disse "bom dia" por três vezes para tentar encerrar a conversa. Antes do último "bom dia", recebi a recomendação para sair mais cedo e ao final um "fica a dica".
Poucas coisas me deixam tão irritado quanto ler um "fica a dica". É escroto. Falta de recurso ao escrever. Detesto frases feitas.
Fiquei lembrando do filme Cidade de Deus quando Zé Pequeno lembra que esqueceu de matar o Mané Galinha: "Por que qui eu não matei aquele filho da..."
Zepequenei.
Para não ficar calado perante uns papos bobos feito o ou à Idiota da  Van - não sei o gênero de quem entrou em contato comigo - volto à escrita de uns parangolés. Para não deixar passar nada...

Por mais que eu fique aqui caladinho sem realizar avaliações em período pré campanha eleitoral, não consigo segurar os dedos por onde saem as coisas que penso a respeito de determinadas figuras públicas.
Assim, embora saiba que isso possa gerar um mínimo barulho por estar contrário a opinião e/ou convicção deste ou daquele, vou mandar. Como não estou afim de discussões sobre o que penso, não responderei a ninguém. É um monólogo.
Está lançada a série "Perdendo Amigos". Quem estiver afim vou colocar sempre o link.
Então fica dica, idiota da Van.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PESQUISAS

Ambulando de fones nos ouvidos, ouvi a notícia que, em estatísticas realizadas pelo IBGE,  uma a cada quatro  pessoas de 18 a 29 anos no Brasil, neste momento, não estudam nem trabalham.
O que escrevo agora, parece bater em bêbado - o que, de certo, me parece um pensamento  literal. Alegações de perseguição já são tão lugar comum entre os pares das administrações petistas partidos "aliados"- a si mesmos - e os outros, contrários a todos (nós),  jogaram o presente e o futuro de milhões no lixo sem a menor preocupação de parecerem honestos.
Tento mentalmente fazer a conta  e me perco. Quanto tempo se leva para deixar um país destroçado e botar banca de governo social? Quanto tempo levará para descobrirem que discursos contrários desejam apenas ocupar e manter o poder para si.  Uma década, duas, três,...
A simples troca de levianos no executivo e a permanência de centenas deles no congresso e câmaras país afora, unidos todos num estranho instinto de autopreservação apartidário, e sob não tão velada e estranha proteção do judiciário falam e - é com enorme pesar digo isso  - falarão por si por um longo tempo.

Lembrança de dezembro de 2016

domingo, 28 de janeiro de 2018

ORNITORRINCO

Na tv uma matéria sobre o ano novo  chinês. A resposta de um simpático senhor a respeito do novo ano dada ao repórter:
"Galo é metal, e metal simboliza justiça."

Minha fraca compreensão sobre o oriente não me permite comentar o assunto. Mas me permite, aqui, dentro do pote de  Hellman's, fazer associações semelhantes ao meu modo:
Ornitorrinco é pedra, e pedra simboliza ansiedade.
Tamanduá é ar, e ar simboliza estupefamento.
Pirarucu é gás, e gás simboliza alergria.
Panda é madeira, e madeira simboliza energia.
E vou por aí...

Lembrança de janeiro de 2017

domingo, 14 de janeiro de 2018

O LIMBO

Vou procurar um par de meias na gaveta. Daquelas que não cobrem a canela - sei lá o nome. Cata daqui, cata dali, achei seis. Seis meias sem par. Uma da Nike, uma da Adidas, uma da Lupo, uma da Topper, uma Raffarilo, uma não identificada. Parece roubo de mostruário. 

Quando você compra tem que usar logo pois pode ser a última vez que você vai vê-las juntas.
Depois da primeira noite no cesto de roupas, um encantamento leva um pezinho para longe, deixando o outro na solidão. Talvez para o mesmo lugar das tampas dos potes de cozinha.

É a terra do nunca, onde anões são sepultados e encontramos as cabeças do bacalhau. Algum lugar entre o Triângulo das Bermudas e o mundial do Palmeiras. Algum lugar entre o sabor do almoço do KFC e o sinal da TIM.

Como tenho que calçar alguma coisa, coloco o casal Nike e Adidas. Mas vou cobrar o anúncio. Cinquenta por cento de cada.