domingo, 24 de fevereiro de 2013

Bolero - 2a. parte



Bolero (2a. parte)



      Em torno dela um festim que não lhe agradava. Ao seu lado dois homens conversavam a respeito da caixa de um uísque qualquer que chegaria para um deles na manhã seguinte. O celular de um dos dois tocou, então este pediu licença dizendo que detestava este incômodo da tecnologia e os dois riram sem vontade. “Alô...”
       Ela afastou-se do grupo.
      Do outro lado alguém a observava durante toda a noite. Cabelos pintados e vestido branco com muita lasi. Magra e sem pintura, somente um batom bem vermelho. Não tinha rugas aparentes. Circundou o salão vagarosamente até que seus olhos se cruzaram ao dela.
     Ela desviou olhar enquanto o da mulher vestida de branco o seguia. Sentiu-se vigiada e não gostou da sensação. Saiu do salão até outra sala vazia de convidados mas apinhada de livros sobre prateleiras que vinham do teto até o chão em quase todo seu perímetro. Havia ainda uma enorme mesa, uma cadeira de madeira no centro e duas poltronas de couro rústico contrapostas sobre uma tapete de peles. No centro de uma das paredes um quadro da mulher que vira a pouco.
       No meio destes livros, sentiu-se segura.
    Fechou a grande porta do cômodo que invadira, sentou-se numa das poltronas, recostou a cabeça lateralmente e fechou os olhos. Podia ouvir um antigo bolero cantado em espanhol que vinha do salão e o barulho dos outros convidados. “Bolero é estar só”, pensou. Sentiu uma mão sobre seu ombro.
       - Está esperando alguém? - Assustou-se. Não podia ver ninguém.
        - Está esperando alguém?


*     *     *

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Oi! 

Estou fazendo as ilustrações do meu livro infantil. Saibam que não é fácil. É uma experiência nova que dá trabalho mas é muito interessante. Descobrir novas formas de tratar as imagens, adequá-las às histórias de um jeito que fique atraente para a criança que lê. 


Aí em baixo uma provinha...




Criei um videozinho para o "Killers - volume 1".

Vejam se ficou legal....


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Meus novos "filhos". 





Trabalhando para concluir duas novas publicações até meados de março. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bolero - 1a. parte



                     Olá Pessoal ! 

              Num emaranhado de coisas a fazer, trabalhando para a publicação de novos títulos até meados de março - minhas férias acabaram e o "tempo" me deixou na mão... - minha "cabecinha" anda pensando na sequência do livro Killers - volume 1. O "volume - 2" já está em construção. Gostaria de compartilhar a realização de um dos contos no qual começo a trabalhar. Vou postar seu início e a medida que for construindo a história, compartilho com vocês. Este é só o comecinho. As idéias vêm aos poucos para mim... 

Seu título provisório é "Bolero". Espero que gostem e se tiverem tempo e paciência, opiniões; serão bem vindas.



Bolero (1a. parte)


         "A noite invadia sua janela causando frio. O vento que empurrava a cortina fazia bater a armação contra a esquadria metálica. Não tinha coragem de fechá-la. Assentava-se no canto do cômodo com o corpo encolhido sobre o carpete áspero e abraçando os joelhos. Uma? Duas horas? Não tinha mais essa noção. As costas ardiam dos arranhões e o antebraço direito possuía um forte e feio hematoma de formato arredondado. As plantas dos pés também doíam e estavam cobertas pelo sangue ressecado. Das luzes, só a do abajur continuava acesa.

         Sentava-se de modo que seu ângulo de visão não permitisse olhar para aquela pessoa inanimada. Mas ainda assim, podia ver-lhe os dedos da mão esquerda e a aliança apertando o anelar inchado. Via também a poça rubra encharcando a textura acinzentada do carpete e a almofada, outrora, branca."


Se ainda não tiveram a oportunidade de ler minhas publicações, visitem:


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

NOVOS LIVROS - CAPAS



Recorte gráfico. Acho que as imagens das capas ficaram interessantes. O que acham?


DESCONTOS !!! OBA !!!!



Galera, nesta semana de carnaval, de 6 a 12 de fevereiro a editora Clube de Autores está proporcionando desconto para as publicações impressas. Meus amigos que me parabenizaram e curtiram minhas novas publicações, tem oportunidade de adquirir e ler meus trabalhos por preços mais baratos. Quem tiver interesse, segue o link abaixo.

Um grande abraço à todos!!!

https://www.clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=Clayton+Craveiro&sort&commit=BUSCA

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Fragmento de "EU"

Uma provinha de "EU":

"A cadeia interminável de luzes da rua comprida . Brilho. Diamantes na noite úmida. Dias úmidos, noites amantes. Paro e espero. A garoa não passa ; pior, aumenta e vira chuva. Lembro daquela moça de sapatos pretos que passou há pouco por mim e sorriu.
-- Boa noite !
-- Boa noite ! -- e foi embora, olhando pra trás na rua comprida.
Fico pensando que se as coisas fossem diferentes do que são, ela não ia embora. Não me deixaria ali sob o sereno deste inverno interminável. Eu poderia dizer-lhe o quanto me encantara e que gostei do que vestia. Uma jaqueta jeans e uma pantalona negra que realçava suas formas mulatas. E do prazer que tomou conta de mim quando a água escorreu do seu guarda chuva e caiu sobre a curva da sua bunda, deixando o tecido molhado e mais colado à sua pele. Sensações. Puramente sensações. Como seu sinal acima do lábio superior."



Achou legal?
Você pode encontrar o livro no link abaixo:

http://www.clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=Clayton+Craveiro&sort=&commit=BUSCA

Uma provinha de um novo livro. Sai até o final de fevereiro !


Finalizando um novo livro. O que importa é a produção !!!!

Aí em baixo uma provinha...

"Secou a fartura de seus seios salpicados de gotículas de suor e purpurina. A toalha arranhava sua pele ardida pelo sol da laje. Ficara a manhã inteira sendo curtida por completo. Nua. Sua casa era a mais alta, ninguém poderia vê-la, exceto os helicópteros da polícia que faziam rasantes sem sentido no seu quarteirão. Pelos, os lourinhos dos braços e pernas...
Agora que o desfile acabara, seus pés queriam descanso. Sua virilha em carne viva, também. Passou sem sapatos na dispersão e os gringos gritaram por ela. Sorriu. Sua noite de princesa."