domingo, 26 de outubro de 2014

A PARÁBOLA DOS BOTÕES



Quero falar sobre o risco.

Sabe aquele momento em que a beleza do risco é maior que a segurança? E que a prudência deixa de ter graça e você arrisca compulsivamente pois este risco dá o prazer que você precisa, e ganhar ou perder já não tem tanta importância assim?

Tenho um irmão mais velho com quem aprendi os segredos desse futebol imaginário, com o cover de Valdir Amaral durante as partidas que invariavelmente ele fazia questão de narrar. Já que a onda agora é estatística, acho que eu conseguia ganhar uns 15% das partidas contra ele em "campeonatos" em que usávamos times com botões diferentes - tínhamos muitos. Mas aí ele casou e paramos com a pelota, dadinho, botãozinho e coisa e tal e o que me restou eram partidas contra meus colegas de escola.

Fiquei lembrando desse período quando eu jogava com a molecada. Entendo agora porque 85% das vezes ele me ganhava, e porque 85% das vezes eu ganhava dos moleques da escola.

Durante muito tempo treinei fraternalmente com um jogador muito mais veloz do que eu. Ele executava três ou quatro vezes mais chutes que qualquer outro adversário que já tive. Peguei a manha e passei a fazer o mesmo. Não havia distância, bola perdida, sem jeito, ângulo errado, dedinho para ajudar, palheta secreta. Eu fazia muito mais gols que os outros. Minha chegada ao gol eram muito mais rápidas e em muito maior quantidade que a dos adversários. As palhetadas eram muito menores e mais objetivas que o tec-tec dos outros moleques. É lógico que eu também perdia. Mas nos campeonatos eu era "o cara" que os adversários paravam para assistir.

"Prepara"
"Esse chute é impossível !"
"Prepara"
"Preparado"
"Tec... ssssssss"
E o toque de casquinha na lateral do botão encaminhava a bola por cobertura nos goleiros feitos da caixa de fósforo, chumbo e madeira, descrevendo a parábola que morreria no fundo das redes adversárias...
"É Rede !"
"Que isso...?!"

O volume de jogo que meu irmão fazia comigo e eu fazia com a molecada era o fator decisivo para mais vitórias. 

Na adolescência, na escola estadual pela qual passei, com a libido exacerbada de todos os "machos adolescentes  espinhentos entumecidos" por qualquer coisa que se mexesse e usasse saias, minissaias, shortinhos, calças de lycra (era moda!) ou algodão, quando meus colegas de escola diziam: cara, aqui tem muita garota feia! O que não excluía que existissem as bonitas de bom coração. Então eu respondia: O importante é que tem muitas ! A quantidade acaba gerando a qualidade. É só escolher direito... E arriscar ! Naquela época, dava certo.

Mais tarde e já adulto, meu velho pai, hoje no céu, entrou no ramo da camelotagem. Muito trabalho, muito suor, muito risco. Chegou a ter três bancas com produtos completamente diferentes. A variedade e quantidade dos produtos que ele vendia davam-lhe um reforço financeiro constante. Comprava muito, de forma variada, vendia muito e tinha um bom lucro no final de cada dia. Investia todos os dias. Gerava resultados todos os dias.

Dessas coisas todas, fico pensando que a gente não precisa fazer as coisas sempre do mesmo jeito. A menos que queira ter os mesmos ou menores resultados. 

Vale a pena arriscar. E arriscar muitas vezes! Tentar a jogada que ninguém tentou por medo de errar. Vale tentar o chute impossível. Aquele que só você poderia fazer...
Tec... ssssssss


Ah! Quem estiver afim de uma partida de botão, é só chamar...


ECA !



Hoje, cada um tem seus motivos para votar em quem quiser.

Eu tenho os meus.

Aliás, faço o mesmo tipo de reflexão para cada escolha que eventualmente preciso fazer. Pode parecer brincadeira, mas uso a ECA ! A "Escala Clayton de Aceitação". 

Se passar por determinados critérios entra na minha lista. Ou seja, se eu não tiver motivos que julgue suficientes para para torcer meu narigão e fazer um "ECA", interjeição perfeita, que minha filha usa de vez em quando, digo: "Ok, pode aceitar esta escolha." Esses critérios são avaliados nível a nível. Falei sobre este modo de escolher com um bom amigo na semana passada, quando o assunto eram as escolhas do governador do estado. Mas valem perfeitamente para presidente.

Resolvi fazer um exercício a partir do Governo Federal a que nos submetemos nos últimos anos, desde lá do comecinho do mandato, por entender que se alguém quer permanecer no poder, precisa demonstrar logo de início ao que veio e por não querer receber influência das últimas conquistas midiáticas que a máquina estatal gosta de divulgar próximo a qualquer eleição.

Vamos ao jogo para ver se esse pessoal avança nas fases:

1o. nível - Pratica ou aceita a corrupção ?

2o. nível - É competente na gestão de seu cargo (no caso, o executivo) ?

3o. nível - Existem projetos ou propostas relevantes com as quais eu concorde ?

4o. nível - Suas ações favoreceram ou favorecerão  a todos ou só a um grupo ?


Ih !! Aí ficou complicado para atual comandante da nação diante de quatro anos de má gestão.

Logo no primeiro ano de presidência aceitou goela abaixo e também escolheu uns caras para aquele monte de ministérios que gastam meu rico dinheirinho. Olha a lista que fiz para ver ser ela passaria logo no 1o nível:

Que isso companheiro ?!
Antônio Palocci - Ministro-chefe da Casa Civil do Brasil - o "companheiro" escolhido pela Presidenta Dilma Rousseff, que pediu demissão por ter sido denunciado pela Procuradoria Geral da República por enriquecimento ilícito - seu patrimônio aumentou 20 vezes em 4 anos. 


Acho que o nome disso é nepotismo !
Fernando Bezerra - Ministro da Integração - Um homem de família !!! Empregou filho, tio, irmão, sogro do filho e tio da mulher do filho. O filho, deputado federal, teve liberados 9,1 milhões em emendas em 2011. Hmmm... 


Será que a grana oferecida foi pouca ?!
Mário Negromonte - Ministro das Cidade - chamou companheiros deputados federais para um conversa amistosa, onde ofereceu 30.000 a quem apoiasse politicamente seus projetos. Foi denunciado pelos próprios deputados. 


Hmmm... esses caras não fariam nem a garagem aqui de casa!
Alfredo Nascimento - Ministro dos Transportes - montagem de esquema em sua pasta com base na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. Estas empresa teriam em troca garantia no sucesso das licitações, seriam beneficiados com superfaturamento de preços e teriam liberdade para fazer aditivos, o que também elevava o valor das obras. 


Ninguém presta contas a ninguém nessa casa ?!
Carlos Lupi - Ministro do Trabalho - acusado de liberar R$ 300 milhões em recursos para Organizações Não-Governamentais (ONGs) “apadrinhadas”, sem prestar contas a ninguém. 


ONG's novamente...
Pedro Novais - Ministro do Turismo - uso de dinhero público em despesas pessoais, improbidade administrativa. Seu secretário executivo foi preso pela PF por liberação irregular de verbas públicas para ONG's. 


O Rei da Voz... Ops, não, não !! 
Orlando Silva - Ministro dos Esportes - apontado como beneficiário de um suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de convênios de sua pasta com ONGs, pelo policial militar João Dias Ferreira, investigado como integrante do grupo. Houve ainda a acusação do ex-ministro ter estado à frente de um programa governamental, o Segundo Tempo, e que seria destinado a promover a inclusão social mas que, na realidade, teria se transformado em instrumento político-eleitoral, e através do qual, teria firmado contratos, sem licitação, que somaram cerca de R$ 30 milhões, com ONGs ligadas ao partido.


Em defesa da corrupção, chame a Karlinha !!!
Wagner Rossi - Ministro da Agricultura - acusado em licitações fraudulentas na Comissão de Licitação do Ministério da Agricultura. Em uma delas, os licitantes teriam que repassar 2 milhões  para poderem ganhar seus concorrentes. O presidente da Comissão de Licitação, Israel Leonardo Batista, disse que registraria a acusação em ata e a encaminharia à Polícia Federal. Não demorou para que fosse chamado à sala da então coordenadora de logística do ministério, Karla Carvalho, onde recebeu a ordem de não tomar nenhuma atitude. Karla já era, na época, figura de confiança de Rossi. De lá para cá, só subiu na hierarquia da pasta - se tornou secretária executiva do ministério.


Tá bom... Tá bom... Todos esses ministros saíram de suas pastas; ou como disse a chefe suprema, "não vamos tolerar o mau feito". 

Mas segue uma pergunta: ALGUM DELES FOI EFETIVAMENTE PUNIDO ???? ESTÃO PRESOS ???? Ou simplesmente voltaram à vida pública em seus antigos cargos ou remanejados para outros onde permanecem usufruindo do que "conquistaram" ???

1o Nível - NÃO CUMPRIDO !!! 

Nos demais níveis, nem tive o trabalho de pesquisar; é muita coisa para um só eleitor...

Já deu para ver com a escolha dos ministros que as coisas são complicadas. 

Nos últimos tempos, deu para ver no caso confesso da PTrobrás, que além de assinar documentos que comprovam mau uso de dinheiro público, ainda, em primeira ordem saiu em defesa do indefensável. Deu para ver nas últimas semanas que seu projeto para educação se resume ao PRONATEC. Deu para ver durante todo o mandato o programa de mendicância social, chamado Bolsa Família, como suporte eleitoreiro... 

Deu para ver que as argumentações de qualquer defesa acaba numa gagueira nervosa e sem sentido. 

Para mim, já deu o que tinha que dar.

EM QUALQUER JOGO, GAME OVER. PARA MIM, ECA !!!!

Mas como não depende só de mim, cada um que faça suas reflexões na urna. Eu fiz a minha.

















domingo, 19 de outubro de 2014

SLATER, O MONSTRO DAS DUAS VOLTAS !!!




Gosto de esportes em geral. Quando alguém faz algo especial, sim, é necessário que se fale, que se veja, que se aplauda. 


A "sinistralidade" de Slater e seus 11 títulos mundiais no surf são incontestáveis. Alguns atletas de alto rendimento são assim. Não vou afirmar que jamais irá aparecer outro cara que reúna condições técnicas, habilidades físicas, percepção do melhor aproveitamento das condições desse esporte, concentração, etc. O que acho curioso é a reinvenção de si mesmo em um esporte que evolui a cada temporada. 


Ele chegou em um nível onde ganhar uma grana por torneio é importante, mas a prática do esporte é o foco. O prazer do "fazer" parece ser a maior recompensa.


A plasticidade do surf me encanta desde molequinho. Nunca pratiquei e sei que não levaria menor jeito. Mas dá para perceber aqui da areia quem é "o cara".


 CLICA E OLHA BEM O QUE ELE FEZ: 720 DO MONSTRO !!!


Como canta Marcelo D2: "É sinistro cumpadi / É sinistro..."


OS BOIS


Passei os últimos dias só observando. Vi e ouvi enormes babaquices. 


A boiada caminhando tranquila pelo curral mugindo feliz para seus donos antes do abate. Coitados... É tal o barulho que fazem, tal o volume da baba que escorre pelas de suas bocas, que dá a impressão que apreciam um bom churrasco. Eu, como vou por outro rumo, fujo deste abate voluntário, quase cego, da boiada ruminante que espera pelo capim sacrossanto da politicagem nacional. Já disse que agradecer político é dar gorjeta no self-service. Um despropósito, Desperdício de energia. Problema seu concordar ou não.

A parte estes tempos de ficar escolhendo entre a marreta e a pistola de ar comprimido, ando pensando em coisas menos inoportunas e mais estimulantes.

Já reparou o quanto as pessoas são estimuladas voluntaria e involuntariamente a fazer o que outras pessoas fazem? Comprar as mesmas roupas. Andar pelos mesmos lugares. Pagar pelos mesmos serviços. Falar do mesmo jeito. Ouvir as mesmas músicas. Assistir aos mesmos programas. Usar os mesmos produtos... 

Aboletam-se nas redes vociferando as mesmas palavras de ordem. Comendo o mesmo capim... Ops, não vou voltar a esse mesmo reme-reme. Crianças brincam os mesmos jogos. Adultos praticam os mesmos esportes. Outros "Adultos" à mesa com seus Smartfones comendo frutinhas imaginárias e perdendo tempo precioso. Usam os mesmos perfumes. Vestem as mesmas roupas de zebras, guepardos, tigres, cobras - a homenagem à fauna africana é ilimitada: a savana é aqui ! Os cabelos esticam-se em litros de formol e pintam-se a pinceladas cor de cutia pelas ruas do Rio. 

Acho que a parte criativa do ser está sendo deixada de lado por um curte e compartilha sem fim. "Viu, como eu sou mais igual ao outro que você?!!"

Fico pensando em que época a gente se perdeu como indivíduo para virar "globalizado". Por falar no radical "global", uns que vão dizer que a culpa é da Globo - o discurso é o mesmo. Você não pensa por sua própria cabeça e a culpa é de uma emissora de TV ! Só rindo. 

Em que momento o cara da minha esquina quis fazer a mesma idiotice que outro cara há mil e quinhentos quilômetros fez e postou na internet para zoar seu primo? Em que momento o "mirradinho" quis comprar a mesma ilusão de silicone que um mané em Taiwan coloca  dentro da cueca para parecer dois centímetros mais fodão. Ou que pular em tachinhas e postar no YouTube se tornou ato de rebeldia grupal e não uma imensa burrice? Em que momento as pessoas começaram a acompanhar a vida dos outros pela Internet como se as vidas fossem suas ?

Hoje vejo uma neurastenia viral ou um abobalhamento em frente ao espelho, onde o outro quer ser reflexo do reflexo, do reflexo... 

Seria bom que os hemisférios se falassem e encontrassem uma solução média entre a lógica e a criatividade. 

Mas, sei lá... Em outros tempos a moda não era moda. As cabeças pensavam por si mesmas. E talvez os pastos fossem mais verdes...






quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PIRANDELLO E AS ELEIÇÕES




O dramaturgo Luigi Pirandello a mais ou menos cem anos escreveu a peça "Assim é, se lhe parece" que tratava sobre a conveniência da verdade, ou da falsidade, por que não?

Essa noite assisti parcialmente ao tão divulgado debate dos candidatos a presidente da república pela Band. Debate? É sério? Embate.
Troca de acusações no início - dei uma pausa de vinte minutos para assistir um programa de humor - e no final.
 
Verdades ou mentiras cuspidas pelo led da tv - temi pela contaminação por ebola, tal a virulência. E as tais propostas para o Brasil? Dessas, ambos passaram longe. O palavrório pareceu a time line do Facebook das últimas semanas - panfletária e desinteressante. Cada um querendo provar que é mais honesto que o outro, comprovando a desonestidade do oponente, como se a ética não fosse pré requisito indiscutível para uma candidatura presidencial.
 
Por esse motivo fiz uma pausa no programa sem graça e zapeei para o humorístico; a campanha perdeu a graça (foster - :-p) - essa foi péssima... em todos os sentidos. 

A continuar nessa linha,  Pirandello deveria ressuscitar e refazer roteiro e argumento. Agora, uma peça em três atos ambientada num estúdio de tv. Mas pediria para ele retirar a personagem gaga por outra de maior competência.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

SOBRE O ENSINO PÚBLICO ATUAL



Quando tentei passar no vestibular do antigo Cesgranrio há muuuuito tempo, conversei com alguns professores sobre a decadência progressiva do ensino público, que já era sentida desde então. Todos foram categóricos em afirmar que as políticas públicas implantadas a partir dos anos 70 com a adoção das provas de múltipla escolha foram o primeiro passo para a deterioração do ensino, e que isto foi proposital, para desestruturar movimentos estudantis reduzindo a qualificação para uma modelo cada vez pior e que valeria para os antigos primeiro, segundo e terceiro graus. Lembro que nessas conversas era citado constantemente uma espécie de exportação do "modelo Cesgranrio" para o Chile depois de 1973. Sempre citado o nome de Carlos Alberto Serpa, que foi para o Chile implantar o tal modelo na "Era Pinochett". E o assunto acaba caindo na política e no poder mais uma vez. 

Hoje o modelo de escola pública onde critérios de aprovação como presença em sala  já garantem pontos para a média, não é parâmetro de conhecimento para ninguém, É mais ou menos como se o Tiririca passasse de ano por ter comparecido à aula e não por ter aprendido algo. Estudei em escola particular no que hoje chamamos de ensino fundamental, na pública no que chamamos hoje ensino médio e novamente na particular na formação acadêmica. 

Creio que a história de que escola pública é deficiente é pertinente, e percebo que as razões são múltiplas: qualificação inadequada do professor (veja, isso não é culpa dele!), supressão do conteúdo (Seleções Reader's Digest é fichinha perto dos livros didáticos atuais !!!), estímulo ao aluno, dicotomia social que privilegia os que têm acesso a maior quantidade e qualificação da informação (o mal uso da Internet é um fator - usa-se mais para relacionamento interpessoal do que para busca de conhecimento),... 

Essa lista daria um livro e a fonte do mal, sempre seria a política pública ineficiente e desinteressada do Estado. Aluno de escola pública não dá voto ! Greve de professor de escola pública não para a economia. Por isso  tanto descaso. 

Parabéns de verdade  às escolas públicas que conseguem resultados à fórceps. Mesmo assim ainda estão muito aquém do que é praticado fora do Brasil pelas melhores instituições de ensino. 

Mas... vamos em frente...

13 de outubro - publicado no Facebook - Paty Consciente

PRÓXIMO FIM DE SEMANA? É SÓ MARCAR QUE EU TÔ DENTRO !!!




Tô com saudade de uma chopp bem gelado com um monte de amigos. 

Um de cada vez não serve!! 

Para a gente falar um monte de besteiras. Zoar o outro sem medo de ser processado por qualquer tipo de censura ou radares babacas.

Quero dizer um monte de palavrões sem olhares que repreendam-me pela falta de educação, mas sim porque xinguei pouco e que não sou disso. 

Quero dizer: "filha da puta !", sorrindo e dando abraço em um grande amigo. Ou "sua muquirana" recebendo calorosamente uma amiga. Sim, pois pode ser na minha, na sua, ou na casa de qualquer um esse encontro. Até mesmo na esquina em pé no bar ou no quiosque, como fazia antigamente.

Quero falar do meu time e sacanear muito o seu. Vou ouvir falar que os títulos que e meu time têm deve-se à Globo. Só rindo !!!

Quando um qualquer começar a falar de política, todo mundo manda ele se fuder pois a gente não tá ali para isso.

Se rolar uma pelada, vou ficar na banheira esperando bola com todo mundo reclamando que eu não corro. Correr para quê ?! 

Quero olhar de rabo de olho e dizer: "Porrrrra, ela tá bem!" e meu amigo responder deixando a roda: "Porra, vou lá!".

Quero dar uma de culto falando desse ou daquele livro ou filme. Ou responder com convicção etílica sobre os que nunca li. Mas vai todo mundo estar tão bêbado que vão dizer: "Isso aê..." 

Enquanto a carne assa, vou disputar quem conta mais vantagens com meus amigos e quem é o mais falso modesto. 

Vou apelar para a inteligência do quinto copo quando o assunto for polêmico. 

Buscar um Epocler na farmácia e mais cerveja no mercado pois a tarde tem que continuar.

Vou botar rock bem alto para cantar junto e sambar com o copo na mão quando começar a rolar pagode.


Então tá. Vamos marcar ??

MENGÃO !!! RESPOSTA À PERGUNTA DO RICA PERRONE



Nunca coloquei nada por aqui sobre minha paixão esportiva. Sim, sou da maioria ímpar que porta altivez dos vencedores e a soberania da maior torcida do mundo. Qualquer coisa menor que isso é blá blá blá da arcoirizada sem pedigree, frequentadores de divisões subalternas - uns mais outros menos.

Mas o tal do jornalista Rica Perrone me deu uma oportunidade para falar do meu time. Este texto será datado. Sim, e propositalmente. Leiam e entenderão.


"Rica Perrone, a resposta é a seguinte: sou torcedor do Flamengo desde que me entendo por gente. As três opções iniciais de seu texto informam o que o cronista, o jornalista e até o torcedor rival conseguem perceber.
Nós, os de casa, percebemos, assim como o atual técnico, também de casa, que mais do que um time de futebol, existe uma identidade. 

A tal "mística do manto" ora pode se manifestar em uma equipe dos sonhos, como o Flamengo de Zico, ora num esquema simples e eficiente como o campeão brasileiro comandado por Carlinhos que tinham os limitadíssimos Piá e Gaucho, ora no time da estrela supernova de Adriano que sucumbiu no buraco negro da fama.

Hoje esta mística se manifesta num dos times de maior vergonha na cara que vi nestes mais de quarenta anos em que torço pelo rubro negro. Pode se exigir tudo nas arquibancadas, menos gritar o tal "queremos raça". Podem e devem surgir opiniões contrarias, e é até salutar. Mas observo que é tal a entrega, busca pela obediência tática e vontade que se vê em campo, que o torcedor percebe que tem motivos para apoiar.

O torcedor sabe que a qualidade técnica é sofrível, o que às vezes não ajuda, mas percebe também que os caras estão jogando no limite para fazer o melhor. Time "tinhoso" esse tal de Flamengo de 2014. Como torcedor espero a Copa do Brasil. Tomara que venha. A torcida e a equipe merecem muito."


12 de outubro - publicado no Facebook

CHANTAGENS DO ESTADO



Sou absolutamente contra qualquer programa assistencial que destine dinheiro em espécie a famílias carentes. A carência de boa parte das famílias brasileiras é fruto da total incompetência do Estado de prover condições de cidadania aos seus membros e a vontade política de manter esta dependência por motivos puramente eleitorais e de poder.

Cidadania não é dependência, mas independência !

Dar direito e prover ao cidadão o trabalho, e possibilidade de sustentar a si e à sua família. É prover educação gratuita com professores qualificados para o desenvolvimento dos jovens. É prover saúde à população, afinal em nossos contracheques a Previdência nos cobra por isso todos os meses.

Não devemos louvar este assistencialismo puramente político, onde o dinheiro de nossos impostos não são usados para o desenvolvimento familiar sustentável, mas para manter a condição de "mendicância social".

"Ah, mas aquelas milhares famílias pobrezinhas que não têm acesso a nada..." Incompetência e má fé do Estado!

Mas e aquela pobre senhora doente que precisa... Incompetência e má fé do Estado!!

"Mas e a criança que não tem aliment..." Incompetência e má fé do Estado!!!

"Mas sem este dinheiro muitas famílias estariam na condição de extrema pobres..." Incompetência e má fé do Estado !!!!

Não há NENHUM argumento que mude minha opinião sobre este assunto.

Para postagens com fotos de gente miserável morrendo desde Dom João Bolinha: incompetência e má fé do Estado !!!!! 

Que saco !


11 de outubro - publicado no Facebook

SOLTE A NOZ




Lendo coisas nas redes sociais cada vez mais abismado. 

Há um abismo entre as pessoas, como se as geleiras se abrissem e os esquilos cravassem os dentes em cada um dos lados da montanha gelada, agarrados na sua noz, como "A era do gelo" do Carlos Saldanha. 

As defesas disso ou daquilo deixam de ser conscientes e vem carregadas de um ódio incomum, como se de um lado só houvessem bandidos e no outro mocinhos. Defensores de verdades absolutas. Eu mesmo posso estar errado enquanto escrevo isso. Como vou saber? É a condição humana. As vezes é preciso soltar a noz.

Um humorista que costumo ler, após cada post já deixa escrito: "me julguem". E é tão ridículo que o julgam mesmo! Os tais portadores da razão... Têm horas que acho engraçado; outras não. 

Qual o sentido de haver o Fla se não houver o Flu? O vermelho se não existir o azul? O dia se não houver a noite ? Superman sem Lex Luthor ? Sem os opostos não teríamos um clássico, o lilás, amanhecer e ocaso, um bom HQ...
Queria saber de onde vem essa fúria?

Discordância é diferente de discórdia apesar do radical ser o mesmo. Podem existir o opostos, mas não há um lado se não houver o outro então, não há porquê intolerância - seja religiosa, política, de gênero, classe social, raça, etc. Sugiro que as pessoas pensem antes puxar o grampo. 

Os estilhaços da granada não conhecem direção.

10 de outubro - publicado no facebook - Paty Consciente

RECADO A FAVOR DE SUA SAÚDE



"Vem chegando o verão / com calor no coração..." os primeiros acordes e versos de "Uma noite e meia" de Marina Lima, vem seguidos de um tapa no braço para matar um Aedes Aegypti.

Ainda é primavera e eles continuam espreitando avisados e desavisados por aí. Preocupa-me o verão, quando a infestação é maior. Tento ser mais rápido e consigo - "pá!!" - matei!

O problema é que eles têm família grande e a vizinhança (e nós mesmos, não vamos fugir da responsabilidade !) que as vezes se mobiliza por um dia, uma semana, durante a campanha contra a dengue se esquece e começa acumular traquitanas no quintal e criar o lar perfeito para os ovos de mais e mais mosquitos.

Então pessoal, por favor, a água, que hoje em dia é pouca, não deve ficar parada esperando "mosquitas grávidas" querendo perpetuar a espécie.
Descobri outro dia que o Aedes Aegypti transmite também a "Febre Chikungunya" quem tem os sintomas semelhantes à dengue: "É uma doença transmitida por vírus e é comum febre, dor de cabeça, coceira na pele, os mesmos sintomas iniciais que a dengue. Com o passar dos dias, a pessoa começa a sentir fortes dores nas articulações, principalmente nos pulsos e tornozelos".

Então pessoal, atenção...

09 de outubro - publicado no Facebook - Paty Consciente

O QUE DÁ PARA FAZER NAS PEQUENAS CIDADES?



Quando vou a passeio ou a trabalho a algumas cidades de estrutura e população pequena, tento perceber as suas "vocações". Na maior parte das vezes não consigo; mas é um exercício interessante. 

Perceber se a cultura local e não só o contingente ocioso e consumidor comporta determinados tipos de negócio. Se a cidade ou distrito tem possibilidades de turismo, indústria, comércio, agronegócio, etc.

Talvez a falta de planejamento ou a estratégia inconcebível de aguardar verbas estaduais e federais para manter uma espécie de subsistência política qualquer, faça com que o desenvolvimento desses lugares dependa exclusivamente de negociações políticas e não de ações efetivas de crescimento sustentável. 

Entristece, pois somente a atitude proativa faz crescer. Aguardar investimentos a partir das benesses do estado ou federação não creio ser o melhor para nenhuma cidade.

Talvez pensar a arrecadação a partir do perfil de negócio das pequenas cidades pode ser uma saída. Talvez pensar como empresas privadas possa alavancar o crescimento. Arranjos locais que incluem cidades da mesma região. Pensar como business. É isso: trocar benesses por business ! É o que quero expressar !!!

08 de outubro - publicado no Facebook - Paty Consciente

ELEIÇÕES - A ESCOLHA É SUA



Nesses últimos dias, depois de uma campanha "obtusa" de alguns candidatos, no Rio e em alguns lugares do Brasil tivemos resultados parciais. Para os demais a campanha continua e ainda há tempo de termos atenção e fazermos a melhor escolha.


Particularmente, preocupa-me o resultado e a composição das câmaras estadual e federal. Preocupa-me o continuísmo e a passagem de bastão familiar de alguns velhos conhecidos - sobretudo no Rio - para seus herdeiros políticos. Não sei se este é o tipo de legado que aceito; muito pelo que se comprova do passado político dos pais.


Preocupa-me o voto da rejeição e não o da afirmação. 

Preocupa-me a quase absoluta falta de efetiva renovação. Mas não a renovação comprada e forjada por acordos escusos. Não a renovação dos testas de ferro para manutenção das velhas bases que detonaram e detonam o patrimônio público.


Gostaria de ver uma renovação que surgisse de baixo para cima. Que contestasse sem restrições o modelo atual de troca de favores. Que aprimorasse eleitores em critérios de elegibilidade consciente e, mais ainda, aprimorasse os candidatos para atingir estes critérios. Onde a compra de votos - mesmo as institucionalizadas - fossem varridas do mapa; abolidas, pois a mim parecem pequenos raptos à cidadania.



Não há nada mais perverso do que eleger alguém pela possibilidade de este angariar recursos para este ou aquele estado ou município, somente na época de campanha e favorecimento da própria candidatura. 

Não esqueçamos que o trabalho que pagamos a estes servidores públicos é de quatro anos. A escolha sempre será somente sua.

07 de outubro - publicado no Facebook - Paty Consciente

domingo, 5 de outubro de 2014

ELEIÇÕES, O BRIC A BRAC SONORO DOS ÚLTIMOS DIAS E OUTRAS BOBEIRAS...




Fiquei pouco mais de um mês sem dar as caras por aqui.

Acompanhava a tal "festa da democracia"... Juro que pensei em não escrever nada sobre eleições. Na boa ?! Tô de "pacote" cheio de ouvir os "xiitas e os sunitas" e sua verborragia sem freio. Afinal de contas, se você não escolheu seu candidato não quer dizer que você seja indeciso, despolitizado, alienado ou que precise de minha opinião - não se preocupe: tenha certeza que não vou dar ! Ocorre simplesmente que ninguém é 100% "o alguém" nestas eleições; exceto para os cabos eleitorais (os que trabalham na campanha) ou os vendidos (para estes não preciso dar explicações, não é mesmo?!). 

Aqueles que já fizeram suas escolhas sabem, no fundo que as opções são poucas e que os seus escolhidos de alguma maneira chegarão ao poder ou tentam chegar a ele a partir de alguma negociata, conchavo ou apoio não muito ético. Não me venha dizer que existem candidaturas puras ou lhe chamarei de "Velhinha de Taubaté do século 21". É assim nas Terras de Santa Cruz, desde que Cabral (o navegador!!) lançou âncoras das caravelas. No geral, as pessoas de caráter (e outras nem tanto), estão escolhendo seus candidatos a partir da rejeição, e não porque acreditem fortemente que este ou aquele candidato tenha como capital de voto seu passado ético, mas simplesmente por que entre as possibilidades existentes não sucumbiram à exposição do tiroteio da propaganda adversária.

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Quem me conhece ou acompanha este humilde bloguinho todos os dias (até parece que escrevo todos os dias e que alguém me acompanha direto... rsrsrs) sabe o quanto eu curto muito música. Não dou dicas de música (ou política :-P !) para ninguém, mas tenho ouvido nas últimas semanas o álbum de Tom Petty "Hypnotic Eye" e anteontem os dois álbuns lançados simultaneamente do Sr. Prince Rogers Nelson, para os menos informados, o artista conhecido como Prince, com os álbuns "Art Official Age" e "Plectrumelectrum". Coisas em comum: ambos tiveram momentos mais populares em álbuns lançados nos anos 80 e também retumbantes fracassos durante a carreira. Chegaram em 2014 em CD's e vinil, aproveitando uma tendência "revival" deste último formato.

Tom Petty passou quase que a vida inteira na segunda prateleira do rock. Eu mesmo não entendia alguns de seus singles lançados aproveitando-se de alguma situação circunstancial - para mim era uma espécie de "manchetólogo da música", igual aqueles caras que gravam marchinhas ufanistas perto da Copa do Mundo. Algo como fazer música em homenagem aos mortos do 11 de setembro dois dias depois da catástrofe ou de algum assunto do momento qualquer. Era moda, ele tava lá ! Sempre tentando emplacar alguma coisa. 

Dessa vez com "Hypnotic Eye" o cara calou minha boca e me deu um tiro de 12 mm. Álbum de rock sensacional do início ao fim. Destaco "Fault Lines". Um baixo condutor e inebriante com riffs aqui e ali e a voz lamentosa de Petty pensando na vida. Outra "All you can carry" onde em "Tom" confessional alerta: "...Pegue tudo o que você puder carregar/ Pegue o que puder e deixe o passado para trás". Tô ouvindo direto !!

Prince volta com dois bons álbuns. Os mais chegados sabem que sou fã da música do cara. A parte seus desvarios de pop star, o pluri-multi-one man band-genial produtor e instrumentista sempre e em qualquer lançamento, seja o mais fraco deles, brinda seus ouvintes com ao menos uma jóia. Nestes dois casos existem mais. "Art Official Age" em boa parte de suas canções resgata a sonoridade FUNK (assim mesmo, com Caps Lock ativo) dos anos 70 e 80. Tem quem goste, outros não. Mas melhor ouvir black music original, aos remakes como os do "Daft Punk", concorda ?! Mais uma vez o baixote toca todos instrumentos, faz todos os backings vocais - exceto em três canções onde percebe-se a participação de vozes femininas no apoio. Algumas pinceladas ao melhor estilo Funkadelic e George Clinton (quem não sabe do que se trata, oriento procurar - não se arrependerão) como em "Funknroll". Destaque para a climática "U know", com os versos sincopados e sampler adequados à uma dança mais que sensual. Tem ainda "Breakfast can wait" com a assinatura de Prince na fusão de vocal, jazz, R&B e sampler. Ninguém faz melhor! 

Já no álbum "Plectrumelectrum" ele opta por usar um power trio feminino, a banda 3Rdeyegirl, com Hanna Ford, Ida Nielsen e Donna Grantis, respectivamente bateria, baixo e guitarra. A sonoridade muda do vinho para o vinho, como se fosse outra "persona" musical. Deixa os estúdios com os samplers e processamentos de voz, e parte para gravações "no braço" com a banda, abrindo espaço para esta, pois brincar sozinho nem sempre tem graça. Mas jogo não está ganho. O padrão cai um pouco no decorrer do álbum. Entretanto existem bons lances. Um passeio pelo rock, funk, pop. Não há como não gostar da versão Rock da mesma "Funknroll" - isso mesmo, ela voltou em outro arranjo! A música título do álbum é instrumental e entra no clima anos 70 - "Plectrumelectrum" experimenta a guitarra de Prince - pela Rolling Stone ele está 33o. lugar entre os maiores guitarristas de todos os tempos. Roqueiros no geral torcem o nariz, mas eu já vi o cara ao vivo; é fera. Um baixo legal conduz "Boytrouble" onde abre espaço para a banda e ele não participa dos vocais, assim como em algumas outras canções do álbum. 

O primeiro foi bom, esse só achei legalzinho.  

Isso não é dica. Assim como na política, cada um elege quem quiser. São somente minhas impressões sobre dois bons velhinhos em álbuns inegavelmente criativos.

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Esta semana postei no Facebook uma foto de uma pizza gigante em um dia e a foto de uma bandeja de salada de frutas no outro dia. 

Tive mais curtidas na pizza ! :-P

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Bizarrices da semana e dúvidas imediatas:

"Mulher deixa germinar batata na vagina para não engravidar." 
O que esta mulher imaginava colher?

"Presidente não pode mentir, isso é desvio de caráter - diz Dilma."
Mas "presidenta" pode, né ?

"Eu voto nele porque ele é da terra." 
Seria o voto minhoca ou o voto avestruz?


Sem saco para fazer o áudio deste texto. Alguém leia para os deficientes visuais, por favor. Semana que vem, quem sabe...