quinta-feira, 27 de setembro de 2018

GOOGLERIZANDO O IMBECILISMO


Tem uma paradinha que a tia ensina na aula de português que, quando vamos "adultando", passando pelo ensino médio, participando dos ENENS pela vida, queimando mufas em concursos, pós-graduando-nos nas cousas do mundo, enfim, que chamamos de interpretação de texto. Dentro da interpretação, tem um subproduto engenhoso chamado contexto.

Quando nosso amiguinho argentino que mora lá no Vaticano do alto de sua sapiência observou que o desenvolvimentismo é mais importante que o armamentismo, falava em sentido amplo, falava sobre congraçamento, entendimento e fraternidade para trabalharem no crescimento entre povos, como forma de encurtar diferenças, rechaçando guerras entre nações e consequente crescimento da indústria armamentista.

Ok, ficou claro? Então tá.

Aí, no Brasil surgem os brasileirinhos,  "cidadãos de bem", com seus comentários hidrofóbicos (procura no Google que eu espero), misturando o tal contexto que a tia pelejou pra ensinar... Não conseguiu tia, lamento.

Sobre o contexto que fizeram suas pitorescas observações, tenho algumas das minhas observações.

Quando, com o suor do trabalho, pagamos nossos impostos até mais ou menos metade do ano - você sabe que o que ganhamos até quase o meio do ano é só pra pagar impostos ( vai no Google que eu espero) o que o Estado nos pega de forma compulsória (vai no Google que eu espero mais um pouquinho), incluímos nesse pacote uma coisinha chamada segurança pública. Dentro dessa coisinha estão inclusas entre outras coisas profissionais especialistas na garantia desta segurança, com inteligência, força, equipamentos de comunicação e tecnologia e, quase ia esquecendo: armas.

Tudo isso faz parte do contrato social (vai lá no Google que eu espero).

No momento em que se propõe a possibilidade de aquisição de armas de forma facilitada ao "cidadão de bem", o Estado estará transferindo o problema de segurança para a população e demonstrando sua total incompetência para gerir o dinheiro arrecadado e suas políticas sociais e de segurança. Não consegue criar estratégias para não marginalizar nem consegue conter a violência gerada pela marginalização.

O Estado incompetente vira pra você e fala assim:

"Ó, se defende aê que deu ruim aquê..." ou "Toma essa pistola igual a da minha polícia e vai trocar tiro com o bandido de fuzil que não tem nada a perder". 

Ouvi vozes interiores: "Fala isso mesmo para o bandido seu esquerdista Fdp! "

Observe, não se trata de minha pessoinha supostamente ter hipotéticos lados de esquerda ou direita - quem me conhece sabe que eu firmemente nego que eles existam aqui em Pindorama. Tenho convicção que só servem ao propósito de atrair "torcidas eleitorais". Estou pensando exclusivamente no que pagamos para ter e não temos enquanto existem essa brigas e propostas ridículas.

Nada disso precisamos procurar no Google. É só interpretar o contexto em que estamos inseridos.

Ah!!!

Parabéns  para o Google que está fazendo aniversário!!!