terça-feira, 21 de maio de 2019

E AÍ ...?! JÁ SE ACOSTUMOU COM O SUJEITO ?

E aí ?! 

Você que ficou um ano falando para eu ir me acostumando... Não consegui seguir seu conselho. Para falar a verdade não me acostumei. 

E você já se acostumou?

Já se acostumou com a indolência do sujeito viajando por aí enquanto o país está um caos?

Já se acostumou com a falta de habilidade do sujeito que não consegue sequer articular com o Congresso por onde, "por acaso", passou 30 anos mamando sem fazer nada?

Já se acostumou com a incompetência do sujeito, presidente eleito, que não tem domínio sobre tema algum?

Já se acostumou com o a imagem do sujeito lambendo as botas do Trump e do Netanyahu ?

Já se acostumou com a inoperância do sujeito enquanto o desemprego aumenta e o PIB cai?

Já se acostumou com o sujeito protegendo filho corrupto?

Já se acostumou com o sujeito deixando o outro filho interferir nos assuntos de Estado pelo Twitter?

Já se acostumou com as falas inconsequentes do sujeito derrubando o IBOVESPA?

Já se acostumou com o sujeito sendo chacota pelo mundo?

Já se acostumou com o sujeito fazendo lambança e voltando atrás pois não tem a menor ideia do que seja gestão?

Já se acostumou com o sujeito, presidente eleito, tendo como guru (?!) um astrólogo que nem mora no Brasil?

Já se acostumou o sujeito usando o nome de Deus para conseguir apoio de quem tem fé?

Já se acostumou com o laranjal do sujeito ou chupou das suas laranjas?

Já se acostumou com os discursos idiotas do sujeito ?

Já se acostumou com o sujeito fazendo bravata quando não sabe o que responder?

Já se acostumou com o sujeito falando que o grande problema do Brasil é classe política como se não fizesse parte dela?

Já se acostumou com o sujeito nas redes sociais todos os dias ao invés de trabalhar, pois não sabe o que fazer com o país?

Já se acostumou com o sujeito sendo uma piada de mau gosto e persona non grata na América?

Já se acostumou com o sujeito tentar resolver os absurdamente complexos problemas do país somente assinando decretos – que provavelmente não tem o menor conhecimento do que sejam ou quais serão seus desdobramentos – e dizer que cumpriu metas de governo?

Já se acostumou com o sujeito pagando de idiota todos os dias para o seu subordinado, o tal Posto Ipiranga?

Já se acostumou com o sujeito mentindo, desmentindo e falando que a imprensa coloca tudo fora do contexto?

Já se acostumou com o sujeito assinando decreto para rico comprar metralhadora enquanto policial e pobre se dão mal todos os dias pelo país?

Já se acostumou com o sujeito falando merda diariamente e dizer que foi canelada?

Já se acostumou com a escolha que você fez pelo sujeito ? 

Não me acostumei, pois creio que esse sujeito não tenha qualquer predicado...



segunda-feira, 20 de maio de 2019

POESIA DE SMARTPHONE

Antes eu trocava a fita
sujava os dedos
no tecido negro e rubro
Furava a seda da Olivetti
Tek-tek-tek

Usava limpa-tipos
Folhas A4, Correto Carbex
Missivas em posta restante
Postais de um lugar distante


Tempos passados querida...
Hoje é tudo num instante

Hoje meu mindinho apoia meu verso
enquanto o polegar vacila
entre o amor 
e o horror ao corretor

Faz plim quando ela chama

Infla meu peito
Satisfaz meu ego macho-alfa
"Manda nudes meu bem..."

Aquele jeito, aquela chama
Em tempos modernos
Até o vício solitário é diferente
Tem um giga de velocidade

Não é fake, é maldade 

Portanto a paixão de improviso
agora circula em ondas de um 4G
Não mais nas mucosas do ponto G

Sabe lá o que é isso?

No "hifi" eu dançava colado
Sussurrava segredos
Embaraços ao pé do ouvido

Agora ?? Duvido !!!

Muda a letra 
Sai "h" entra o "w"

E no "wifi" de hoje
Só a senha é o desejo
Pode crer! Mais que um beijo!

Pois que venham !!

Noites insones em zaps da vida
Paracetamóis virtuais
Boleros em pacotes de dados
Substituição da solidão
Por mais solidão

A vida no modo avião 
Ansiedades aflitivas
Por respostas imediatas
Obsessivas
Obsessões
por notícias,
Por sinais

Por torturantes áreas de cobertura
Premissas falsas
Verdades ora irrelevantes 
que os bits nos aproximam
E nos trazem paz

Por hora, querida.
Não mais.