Você se entende por gente, quando tomou consciência que levou o seu primeiro esporro da vizinha do andar de baixo por estar jogando futebol num corredor de 90 centímetros num apartamento no sétimo andar.
Ok, ok... Esta não é sua vida ou qualquer programa de fofocas.Talvez só mais uma história...
Mais adiante quando comecei a ter
percepções mais detalhadas sobre as coisas “neopúberes” me vi rodeado de
mulheres. Que belo! Mãe, tia, avó, uma irmã de criação e crianças a nascer aos
borbotões. Eis que a compreensão do mundo passava por estas mulheres cada uma
ao seu jeito, às suas idades, aos seus tempos.
A história feminina, seja qual for, definitivamente é bem mais
interessante que a masculina.
Não, sem problemas! Tive minha
época de rua. Saíamos em bando como se fosse a matilha esfomeada em busca das mais portentosas ovelhas, todas vestidas de saias de algodão ou shorts jeans. Mirávamos e íamos destemidos e nervosos,
como se fôssemos passar a mão na bunda de um guarda imaginário. Primeiro, e somente nas "mais possíveis". Para as totalmente impossíveis, reservávamos demorados banhos acolhidos pela
destreza do vício solitário no espinhoso caminho de quem era muito novo para
ficar com as melhores. "Adolescer" é complicado.
Como o tempo passa e como não há
mal que sempre dure, aos poucos começa a emergir a segurança e a confiança no
próprio taco, onde as palavras mais perfeitas brotam da boca como um Pinóquio,
fazendo-as crer que você quer tocar guitarra só pelo “dom natural” e prazer da
boa música, mas ocultamente o que te motiva nessa idade é a possibilidade de “passar
o rodo geral”.
A parte as particularidades das
fases de desenvolvimento e refinamento da testosterona no sangue, não há como fugir da
minha criação. Lá os dramas femininos foram conhecidos em cada etapa da vida.
A conversa feminina é sempre mais interessante – acho isso até hoje - muito
embora eu não tenha conseguido captar todas as mensagens ao seu tempo e como se
perguntava numa minissérie: afinal, o que querem as mulheres?
Esse entendimento, jamais terei completamente.
Mas assim que é a vida; e como é bom que seja assim. Sobra a beleza da
descoberta – ou uma dúzia de passa foras, pois ser voluntarioso tem suas
desvantagens - e o desafio da reconquista a cada dia.
Hoje que virei uma espécie de
personagem do Miguel Paiva, sem logicamente o requinte do rabo de cavalo e ou
de uma barriga “adequada”, digamos assim, paro e penso
na vida e àquelas que meu caminho trouxe de conhecimento do lado de lá do closet. E então sorrio sereno para tirar sorrisos
sinceros; talvez não seja tudo, mas seja o que efetivamente, ou afetivamente, elas
querem.