sábado, 30 de agosto de 2014

A EXTINÇÃO DO PODEROSO MACHO ALFA

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Você se entende por gente, quando tomou consciência que levou o seu primeiro esporro da vizinha do andar de baixo por estar jogando futebol num corredor de 90 centímetros num apartamento no sétimo andar. 

Ok, ok... Esta não é sua vida ou qualquer programa de fofocas.Talvez só mais uma história...

Mais adiante quando comecei a ter percepções mais detalhadas sobre as coisas “neopúberes” me vi rodeado de mulheres. Que belo! Mãe, tia, avó, uma irmã de criação e crianças a nascer aos borbotões. Eis que a compreensão do mundo passava por estas mulheres cada uma ao seu jeito, às suas idades, aos seus tempos.  A história feminina, seja qual for, definitivamente é bem mais interessante que a masculina.


Não, sem problemas! Tive minha época de rua. Saíamos em bando como se fosse a matilha esfomeada em busca das mais portentosas ovelhas, todas vestidas de saias de algodão ou shorts jeans. Mirávamos e íamos destemidos e nervosos, como se fôssemos passar a mão na bunda de um guarda imaginário. Primeiro, e somente nas "mais possíveis". Para as totalmente impossíveis, reservávamos demorados banhos acolhidos pela destreza do vício solitário no espinhoso caminho de quem era muito novo para ficar com as melhores. "Adolescer" é complicado.


Como o tempo passa e como não há mal que sempre dure, aos poucos começa a emergir a segurança e a confiança no próprio taco, onde as palavras mais perfeitas brotam da boca como um Pinóquio, fazendo-as crer que você quer tocar guitarra só pelo “dom natural” e prazer da boa música, mas ocultamente o que te motiva nessa idade é a possibilidade de “passar o rodo geral”. 


A parte as particularidades das fases de desenvolvimento e refinamento da testosterona no sangue, não há como fugir da minha criação. Lá os dramas femininos foram conhecidos em cada etapa da vida. A conversa feminina é sempre mais interessante – acho isso até hoje - muito embora eu não tenha conseguido captar todas as mensagens ao seu tempo e como se perguntava numa minissérie: afinal, o que querem as mulheres?


Esse entendimento, jamais terei completamente. Mas assim que é a vida; e como é bom que seja assim. Sobra a beleza da descoberta – ou uma dúzia de passa foras, pois ser voluntarioso tem suas desvantagens - e o desafio da reconquista a cada dia.


Hoje que virei uma espécie de personagem do Miguel Paiva, sem logicamente o requinte do rabo de cavalo e ou de uma barriga “adequada”, digamos assim,  paro e penso na vida e àquelas que meu caminho trouxe de conhecimento do lado de lá do closet.  E então sorrio sereno para tirar sorrisos sinceros; talvez não seja tudo, mas seja o que efetivamente, ou afetivamente, elas querem.

 


domingo, 24 de agosto de 2014

OS COMEDORES DE CRIANCINHAS


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Lembro de uma charge do Millôr Fernandes, que vi quando moleque, que comunistas eram comedores de criancinhas. Se dissesse isso hoje o contexto canibal sumiria e seriam chamados de pedófilos. 

Vi um post sobre a aproximação ideológica da candidata Marina Silva ao PT ou a posições comunistas. Achei uma imagem meio antiquada para ser observada no décimo quinto ano do século 21. Fiz um comentário sobre o assunto e o conteúdo que segue é o que escrevi no post, com algumas alterações e inserções. Cada um tem direito a dar sua opinião sobre qualquer assunto. Aqui, neste humilde bloguinho, exerço o meu.

Essa discussão sobre ideologias não cabe no cenário político atual. Não há mais guerra fria. A União Soviética foi para o saco e o que sobrou foram países desintegrados e um "líder" homofóbico bem capitalista apoiado pela máfia russa e pelo exército de seu pais. Cuba? Só serve para desvio de dinheiro público do PT - chega a ser risível seu "socialismo oligárquico" - só lamento por seu povo que aparentemente vive ainda no século passado. E a China? Vá em qualquer loja de  1,99 (será que elas ainda existem?! Ah, vocês entenderam!) na esquina e tire suas conclusões. 

Nossa economia é de mercado e globalizada. A possibilidade de uma ditadura comunista nas Terras de Santa Cruz tem a mesma probabilidade que a queda do asteroide que lemos nas manchetes da semana passada. Não há qualquer teor ideológico nesta campanha, que já não tenhamos visto em eleições anteriores. Todos os partidos são absolutamente iguais e seus discursos se adequam ao que o seu "público" quer ouvir. Reparem no candidato a presidente que parece o vendedor da Tekpix. Ele olha diretamente para câmera olhando para o eleitor imaginário e esquecendo de seu interlocutor e sorrindo sempre que as lentes se aproximam para o "close perfeito". Credibilidade zero.


Por mais que hipoteticamente se force a barra para criar no imaginário eleitoral a República Bolivariana de Pindorama, estas terras não se adequam as ditaduras populistas disfarçadas como as de Venezuela e Equador. As corporações e conchavos por aqui, são muito mais fortes que a panaceia chavista. E sinceramente, neste caso, ainda bem !!

As aspirações políticas até então polarizadas em PT e PSDB, sofrem com a chamada terceira via. Marina Silva pode ser, no máximo, utópica. Creio que tenha a força dos votos, suficientes para vencer o PT, no caso de um 2o turno - diferentemente de Aécio, que encalhou com suas câmeras portáteis - e sofrerá imensa dificuldade na governabilidade, pois sua base é pequena e seu atual partido reticente quanto sua candidatura. Cairá, como qualquer um dos possíveis vencedores, nas mãos do PMDB, que é de verdade quem manda e desmanda no país. Não há governo sem o PMDB; de esquerda, direita, centro, nas alturas ou profundezas. Não espero muito; continuaremos na mesma.


Sobre o comunismo de Marina e Dilma, lembrei de uma piada que se falava há duas décadas: "comunismo ou socialismo é uma gripe que dá na puberdade, depois os adolescentes crescem, e volta tudo ao normal..." Vide a atual postura "neoliberal" de ocasião PT. Aliás comer criancinhas não dá voto, seja qual for o contexto.

domingo, 10 de agosto de 2014

PAIS, FILHOS, MÃOS E PÉS

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 Quando nasce um bebê as coisas que eu mais reparo são nos seus pés e em suas mãos.  Proporcionalizam o tamanho do ser. Sua “desproteção”. Sua dependência de nós, os adultos; que, atordoados, procuramos a forma mais delicada de pô-los nos braços. Demorei a pegar no colo o meu filho. Morria de medo de machuca-lo com meu sem jeito. Trocava as fraldas, dava mamadeira, deitava do lado até ele dormir; mas colo?! Só depois de uma semana! A minha filha peguei com alguns minutos de vida, enquanto o médico preenchia uma papelada sobre a mesa na maternidade. “Segura aí e não deixa ela cair!” - ordenou me passando o pacotinho de pano recém chegado ao mundo.



Sempre ficava olhando curioso as mãos e os pés dos dois. Aquelas mãozinhas que pareciam de brinquedo, sempre molhadinhas de suor e com um "emezinho" desenhado nas palmas e umas covinhas gordinhas no início dos dedos. E os pés com os dedos bem miúdos escondidos às vezes por sapatos de lã.



Eles foram crescendo, e a medida que conseguiam dominar seus movimentos, espertamente pegavam a chupeta, o mordedor e a chuquinha com água. Mamadeira era coisa para "profissionais tarimbados": só depois do sexto, sétimo mês! Nas noites com as cólicas amenizadas parcialmente por funchicória, o choro desesperado os fazia apertar os dedos com força e esticar os pezinhos em contrações acompanhadas pelo berro de bebê que despertava a vizinhança.





Agora as mãos são maiores e os pés já nos acompanham. Isso é bom. Bom demais! Hoje durante o dia, estava olhando para as mãos e os pés deles. Crianças crescem. Os pais não.


Ainda vem aquela sensação de proteção a ambos que parece que só eu sinto e ao mesmo tempo tenho certeza que não é só minha.  Esse sentimento existe há milênios. Até os bichos sentem isso. Nós, que podemos dar sentido e alguma razão a esse sentimento, chamamos de amor paterno.