quarta-feira, 7 de junho de 2017

TRÊS PODERES

Parei para assistir o jornal da TV uns vinte minutos, mas não parei para olhar no Google se ainda existe uma cadeia de supermercados chamada Três Poderes. Lembro que era grande, anunciava na TV em horário nobre e tudo... Isso lá no século passado. Era um supermercado respeitável. Sempre fui bem atendido lá. Fosse hoje, seus proprietários já teriam mudado de nome.
A antipatia, a aversão, a desconfiança nessas instituições superam hoje qualquer sentimento de possível entusiasmo pela chegada de novas eleições em 2018. 
Desde que nascemos, compulsoriamente entregamos nosso destino ao Estado. Somos obrigados a conceder nossas virtudes, esforços e bens a agentes que não conhecemos, que eventualmente não elegemos, e cujas posturas, raras exceções, não concordamos. Os serviços prometidos não chegam, ou chegam de forma precária em virtude do orçado ser muito menor do que o gasto - comprovamos agora, pelas bocas de Emílio, Marcelo, Ueslei e Joeslei e uma centena de outros talaricos que enfim abriram seus bicos.
Era isso ou viveríamos à margem. Bom, era isso que era dito em todos os discursos, memorandos, circulares, medidas provisórias ou "definitivas", onde qualquer ente público advogava em causa própria.
Lá no sétimo ano aprendi, com a Titia Lúcia de história, que Rousseau entendia o Estado como elementar para a promoção dos direitos individuais. Ou seja, organizaria a bagunça direitinho para ninguém sair ofendido. Ou isso ou um déspota qualquer enriquecendo às nossas custas. 
Pois não é que três séculos depois criamos de forma democrática, via urna eletrônica, uma legião de déspotas que continuam enriquecendo às nossas custas?!
Ainda vai levar muito tempo - se é que vai acontecer - até que alguma confiança seja depositada na conta dos três poderes. 
Ops, bem sabemos que depósitos em conta são um risco para eles...