sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O GOVERNO E O BISCOITO GLOBO


Minha mãe sempre me levava à praia quando eu era pequeno. Passávamos o dia entre a água e a barraca de praia de tecido. Não tinha essa parada de filtro solar. Passava-se Rayito de Sol contrabandeado para o bronze perfeito, ardência cutânea noturna e um descascar prolongado. Para o nariz da criança, Creme Nívea. Mas sempre foi divertido. Voltava com um saco de areia no fundo da sunguinha azul e construía diques no box do banheiro.

Quatro, cinco da tarde, antes de voltarmos no nosso primeiro, único e efêmero Dodge laranja bebedor de combustível, eu reclamava: "Mãe, tô com fome. Ela então comprava um pacote de biscoito Globo e um Mate Leão de galão no copo de papel. Era para eu aguentar até voltarmos para casa e almoçar. Era boa essa época. Voltávamos e eu batia um pratão. Praia dá fome.

Hoje lembrei desses tempos porque me parece que durante os últimos mandatos o Governo Federal tem nos alimentado com Biscoito Globo. Saciou a fome do consumo da classe baixa, por um período, fazendo-a supor que virara a nova classe média, com distribuição farta de crédito, não de dinheiro. Ofertando facilidades e Mate Leão gelado. 

Distribuiu grana "lícita" a rodo e a ilícita a balde. Bancou um crescimento não sustentável - observe quem cresceu entre os BRICS - e a conta está chegando agora. 

Com o "aquecimento" do planeta Brasilis, a praia esquentou, a grana acabou e após esse tempo todo a "mamãe" não consegue sequer pagar o Mate Leão, que dirá um pacote inteiro de Biscoito Globo para calarmos a boca até chegarmos em casa...(?!)

É bom que lembrem que biscoitos de polvilho são como castelos de areia, esfarelam nas mãos, não enchem barriga e sujam toda a camisa preta.

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