Quando eu era moleque, um antigo texto do Veríssimo descrevia sua percepção a respeito da sonoridade e uso de algumas palavras. Dizia que algumas delas, talvez foneticamente, tinham o significado errado. Lembro até hoje de uma dessas palavras que até então não conhecia: defenestrar (propício, não?!).
"Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido de mulheres:
- Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara"
Desde essa época fico caçando palavras que acho que não combinam com o que verdadeiramente são. Semana passada fiz um teste bobinho na internet cujo objetivo era aferir se o sujeito conhece os significados de trinta palavras - na verdade 90, pois cada pergunta tinha três escolhas. Nesta relação apareciam algumas que nunca li mas por associação acertei seu sentido - acho que não aparecem em nenhum léxico. Caíram no desuso ou sequer entraram em uso.
Lembrei do Veríssimo e pensei em alguns nomes próprios e outros substantivos que poderiam perfeitamente ornar o dicionário com novos significados.
Em tempos de erosões no trato digestivo, surge um super herói cuja origem é eurasiana: "Mylanta Plus. Aquele que com sua capa branca protege as paredes estomacais."
Miley Cyrus: peça encontrada em caminhões fabricados na Europa - "Tenho que comprar uma maileisairus para a correia dentada."
Impeachment poderia ser nome de chiclete - "Mãe compra um "impitmen" de melancia para mim?"
Rastaquera: um tipo de forró realizado ao pé do morro. "Hoje o convidado da rastaquera é Nésinho da Sanfona."
Eritema: a música que toca no começo de um seriado infantil - "Mãe, não quero tomar banho agora! Tocou o eritema da Bruxa de Blém"
Capelão: um tipo de chapéu bem grande, maior que um sombreiro - "Nos dias de sol, coloco meu capelão da cabeça e saio por aí sem destino"
Disjuntores: são os caras que fazem massagem nos praticantes de box depois de um combate - "... Zé Coice de Mula relaxa depois da luta com um disjuntor em suas costas."
Niilista seriam os estudiosos das atividades econômicas do Egito antigo às margens do Nilo - "Niilistas encontraram no Alto Egito a múmia que seria do primo distante do faraó Hórus Ka II"
Polaina: uma espécie de abajur para o quarto de bebês - "Apaga a Polaina do quarto da Nivinha?!"
* * *
Listei algumas palavras e termos que poderiam muito bem serem usadas como palavrão - somente pela sonoridade.
Churréia, pau a pique, brochura, pelego, peritônio, cabedal,...
Na hora da raiva: vai pra casa do peritônio, lamber pelego !! Você não é nada, você é só uma churréia de pau a pique !! Seu brochura !!!
* * *
Tem também aqueles termos, aquelas locuções que enchem o pacová (no dicionário tem!) do desafortunado, pelo tando de vezes que foram ou são usadas.
São tataranetos do "arrebentou a boca do balão" (que virou "arrebentou"); bisnetos do "Cuba lança" , netos do "a nível de...", filhos do "paradigma".
São os: "tô de boa", "vergonha alheia", "tapa na cara da sociedade", "chatiada"(sic),...
Esses poderiam muito bem desaparecer...
Maluquices da minha cabeça. Acho que hoje "não tô de boa". Vou chamar o "Mylanta Plus".
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