sexta-feira, 5 de junho de 2020

DISTANCIAMENTO SOCIAL 2


Releio algumas coisas que escrevi nos últimos dias e percebo que ultimamente tenho uma certa angústia e urgência a respeito de pessoas. Um menino metralhado pelas costas em casa; milhares de vidas se perdendo a despeito de políticas e políticos sem sensibilidade e de extremo egoismo; um homem morto sufocado por outro homem que desejava demonstrar uma autoridade que não deveria possuir;...

Há sempre uma questão humana a ser resolvida. Nestes casos uma questão coletiva que interfere individualmente na vida de todos. Todas, sem exceção são como um soco no estômago. Todas são carregadas de imenso sofrimento, tristeza e revolta.

A última, das que sabemos, foi que Miguel Otávio, de cinco anos, foi deixado à própria sorte pela "patroa" de sua mãe para morrer despencando do nono andar de um prédio de luxo no Centro de Recife, enquanto sua mãe levava os cães de sua "patroa" para passear. A negligente "patroa" - Sari Corte Real - pediu à polícia que sua identidade fosse preservada após ser liberada ao pagar 20 mil reais de fiança. Seu nome é uma piada de extremo mal gosto.

Quanto pagaria a alguém para preservar a vida de uma criança? Não pagaria.
 
Ninguém deve morrer por negligência. Ninguém deve deixar de ser punido por ser rico.

Nos pedem distanciamento social para nos prevenir de um vírus. O distanciamento social sempre existiu entre o pobre, preto, empregado, e a elite, branca, abjeta. Esta distância não nos previne de nada, só nos afasta do que deveria ser nossa humanidade. Ao final desta pandemia, será imprescindível rompe-la.

Imprescindível.




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