quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

MASSACRES VIRTUAIS


Nunca parei para pensar na paz mundial, salvar os golfinhos da matança no Japão, acabar com a fome no mundo, com a seca no Nordeste ou a transposição do São Francisco. Jamais pensei em adotar um menino de rua, sair à noite distribuindo sopa para mendigo, fazer campanha de doação de órgãos, abraçar a Lagoa para parar com o cheiro de peixe podre ou a despoluição da Guanabara.

Não sou vegetariano - ou vegano, como chamam hoje - não faço terapias alternativas nem dou esmolas nas ruas.

Será que eu sou egoísta?

Não. Tenho certeza que não. Só nunca pensei. Tenho coisas que certamente tomam meu tempo e exigem minha intervenção em detrimento destas, ou outras que podem influenciar a vida de outras pessoas, mas não diretamente a minha. Cada um com suas próprias lutas.

Mas às vezes, o tempo é livre, e paro para pensar e escrevo isto ou aquilo. E isto ou aquilo pode ou não agradar a um ou outro. Paciência.

Parece haver uma conspiração, hoje não tão silenciosa, que exige que você se "posicione" para todos assuntos e que suas posições estejam alinhadas ao "consciente coletivo". Caso isso não aconteça, as metralhadoras nas pontas dos teclados por toda a rede estarão apontando canos de escopetas virtuais para um massacre.

É um pensamento tão babaca este que, você está de um lado ou está necessariamente do outro. É o modelo Big Brother de eliminação do pensamento. Arg... Chamem o Bial, ele que vive disso.

E a vida patrulhada segue pelos quilômetros de fios e ondas atravessando continentes onde qualquer palavra que destoe do lugar comum é motivo para retaliações imediatas. Como se as pessoas não tivessem seus próprios narizes para cuidar.

Esse mundinho realmente está ficando cada vez mais medíocre. 

Pensando seriamente em uma carona para Marte.

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