segunda-feira, 17 de outubro de 2022

TAGS: DIREITOS HUMANOS , MARIELLE, FAKE NEWS...


O termo "Direitos Humanos", diferentemente do que intencionava a carta da ONU de 1948, no pós-guerra, no inconsciente coletivo aqui no Brasil, passou a relativizar um conflito sobre as desigualdades de grupos que não são assistidos adequadamente quanto aos seus direitos efetivos e outros grupos das classes sociais que detém tais direitos - seja por herança social ou imposição da força econômica - e a estes, aparentemente, não parece justo compartilhar ou concedê-los.

A morte de Marielle Franco, há quatro anos, teve o efeito de trazer à luz, de forma ainda mais intensa, a imensa estratificação social na qual vivemos. De um lado a luta pelos direitos sociais e de outro a falta de interesse de uma população que se parece enquadrar-se em caixas (ou em castas): a caixa do conservadorismo, a caixa da misoginia, a caixa do racismo, a caixa da riqueza e a da indiferença.

Cada vez mais, posicionamentos políticos progressistas, como os da igualdade de oportunidades para todos, confronta com os que já possuem essas vantagens. O estereótipo "homem-branco-heterossexual-cidadão-de-bem-conservador" parece realmente existir e traz a reboque um balaio de preconceitos e conceitos obtusos dentro de uma sociedade tão desigual.

Muitas vezes amparados pelo anonimato da Internet, esses grupos, orquestrados ou não, desaguam rios de insultos, maledicências e mentiras nas redes sociais e ou em aplicativos de mensagens. Com a vereadora Marielle Franco, que defendia em suas pautas grupos sociais desassistidos, não seria diferente. Surgiram notícias absurdas sobre sua vida pessoal e sobre sua atividade parlamentar - crimes, associação ao tráfico, opção sexual - quase que querendo justificar o seu brutal assassinato.

A cada vez que uma notícia falsa é compartilhada, reputações e vidas podem ser destruídas. A mensagem que chega ao receptor, que muitas vezes é alguém de pouco entendimento, cai como uma verdade absoluta. A mensagem pode corromper, desinformar, criar monstros ou oponentes fictícios no tecido social. Isso só traz prejuízos à verdade e, sobretudo, à democracia.

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