Quando nasce um bebê as coisas que
eu mais reparo são nos seus pés e em suas mãos.
Proporcionalizam o tamanho do ser. Sua “desproteção”. Sua dependência de
nós, os adultos; que, atordoados, procuramos a forma mais delicada de pô-los nos
braços. Demorei a pegar no colo o meu filho. Morria de medo de machuca-lo com
meu sem jeito. Trocava as fraldas, dava mamadeira, deitava do lado até ele
dormir; mas colo?! Só depois de uma semana! A minha filha peguei com alguns
minutos de vida, enquanto o médico preenchia uma papelada sobre a mesa na
maternidade. “Segura aí e não deixa ela cair!” - ordenou me passando o
pacotinho de pano recém chegado ao mundo.
Sempre ficava olhando curioso as
mãos e os pés dos dois. Aquelas mãozinhas que pareciam de brinquedo, sempre
molhadinhas de suor e com um "emezinho" desenhado nas palmas e umas covinhas gordinhas
no início dos dedos. E os pés com os dedos bem miúdos escondidos às vezes por
sapatos de lã.
Eles foram crescendo, e a medida
que conseguiam dominar seus movimentos, espertamente pegavam a chupeta, o
mordedor e a chuquinha com água. Mamadeira era coisa para "profissionais tarimbados": só
depois do sexto, sétimo mês! Nas noites com as cólicas amenizadas parcialmente por
funchicória, o choro desesperado os fazia apertar os dedos com força e esticar
os pezinhos em contrações acompanhadas pelo berro de bebê que despertava a
vizinhança.
Agora as mãos são maiores e os
pés já nos acompanham. Isso é bom. Bom demais! Hoje durante o dia, estava
olhando para as mãos e os pés deles. Crianças crescem. Os pais não.
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