domingo, 30 de abril de 2017

JOVEM SUL AMERICANO

Adolescendo, eu arranhava um violão e escrevia letras que um ou outro achavam interessantes. Meu parceiro, irmão, tudo mais, Lobão - este, genuíno de nome, não apelido - escrevia letras fantásticas, além de cantar muuuito.
A gente brincava, quando aparecíamos com uma letra nova, que, certamente, tínhamos superado o Renato Russo e o Cazuza, ídolos da época.
Com o tempo, o texto ficava cada vez melhor e já dizíamos que já estávamos superando o Chico ou o Caetano, depois de muita marra e risada.
O tempo passou e as letras ficaram nas gavetas ou em arquivos de um HD qualquer.
Na minha cabeça, havia, e ainda há, um patamar mais acima para letristas. Aquele em que a emoção, a criação e a técnica atingiram, pontualmente, coisas que fazem seus neurônios transmitirem para seu espírito algo que você queria ter feito, e pronto, estava ali para você ouvir.
É lógico que neste patamar, cada um tem suas preferências. Na minha lista, está um senhor latino americano sem dinheiro no banco, de bigode imponente, nascido no Ceará. As letras mais rock n' roll da MPB.
Ele partiu hoje.

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