A “páscoa” é uma coisa idiota!
Não, no sentido bíblico da
parada. Quem tem sua fé entende perfeitamente sobre a Páscoa. Não estou falando
sobre ela ou de qualquer coisa espiritual.
Falo da páscoa com letrinha minúscula;
a “páscoa do mercado”. Aquela que te impõe produtos, que te oferece ou te
vende coisas estúpidas ou as quais podemos passar sem elas. Vou lembrar três coisinhas que só vem piorando desde
que meus pelinhos do nariz eram todos pretos.
Chocolate é uma delícia. Adoro
chocolate. EU como chocolate o ano inteiro. Por que na páscoa te vendem o mesmo
chocolate que você come o ano inteiro a R$1,50 a cada 100 gramas, te oferecem nesse
período ao "módico" preço de R$ 25,00, injustas 300 gramas? É por estar no formato
de um ovo? É por fazer com que um coelho de pelúcia faça força a partir de
uma cloaca imaginária e expila um grande chocolate oval com um brinquedinho dentro?
Eu, o otário consumidor, compro
para agradar as crianças - não digo que não! Faz parte da vida de pai.
Mas não é só o preço do chocolate
que me deixa puto.
Por que na “páscoa do mercado” te
lembram que é o período que você deve consumir peixe? Usam um argumento
relacionado à fé para te fazer ir à peixaria do supermercado olhar por dez
segundos com aquela cara de Capitão Ahab, profundo conhecedor da fauna marinha,
e perguntar para o peixeiro: ”esse é bom pra assar?”, fazendo com que seu
orgulho vá direto para o ralo, assim como o gelo que escorre do balcão
frigorífico.
Aí você chega em casa com doce
ilusão pascal de que assado, aquele ser inanimado que fica olhando para você
enquanto você o besunta com uma mistura de limão, alho, alecrim, azeite e sal,
após gastar hora e meia de gás, ele vai ser gostoso. E ao final deste tempo, ao
tira-lo, você descobrirá que terá que brigar com as moscas que até então só sobrevoavam a
janela de sua cozinha, e, vindas agora em definitivo como diz o Galvão, migram da rua - pois o prefeito não
manda recolher o lixo adequadamente mesmo depois de você pagar uma maldita taxa
de lixo - para invadir sua casa, atraídas pelo cheiro inconfundível do peixe, e
para salvar o almoço, você manterá sobre a mesa um pano de prato que rodará intermitente sobre a terrina,
como que rodando uma camisa no Maracanã, para espantar os seres voadores
indesejados.
Aí, com uma das mãos, já que a
outra comemora um gol que nunca saiu, você dá a primeira garfada e perceberá
que uma porção de peixe com espinhas circulam em sua boca, pois você foi ouvir
o conselho do peixeiro que aquela “marca” de peixe quase não tinha espinhas...
Se quiser, na páscoa do mercado,
te oferecem bacalhau! Bacalhau?! Seria uma delícia se fosse bacalhau o que te
vendessem! Vamos lá, sejamos menos exigentes: peixe salgado. Salgado como o preço! Ninguém compra ou come bacalhau todos os dias, ou, que seja, uma vez por semana. Exceto quem vende
bolinho de bacalhau – você conhece alguém? Um bom português ou norueguês que consuma a iguaria como se fosse água? – e ainda nos espantamos com o
preço. Fui tentar comprar o tal peixe salgado essa semana e o preço equivalia a
uma cota do meu IPTU. Faça-me o favor...!!!
Mudei! Na próxima “páscoa de mercado” aqui em casa vai rolar
bala Sete Bello e churrasco!
Tirando meu mau humor, desejo a todos boa sorte e boa Páscoa; a de verdade, ok ?!
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