O genial Adam Smith é o pai da economia
moderna.
Em “As riquezas das nações”, a
partir da ideia geral de que o homem age a partir dos próprios interesses,
formatou os conceitos sobre o liberalismo, economia de mercado e
desenvolvimento da livre iniciativa. Nessa obra riquíssima, existe uma frase que
sempre me chama atenção, apesar definitivamente não ser o conceito final de seu
próprio raciocínio: “O HOMEM FAZ BARGANHAS”.
A partir desta frase, e
retornando um pouquinho no tempo, Bertrand Russell lapidou que “O MUNDO SE
TORNOU MAIS PARECIDO COM AQUELE DE MAQUIAVEL”. A maneira deter o poder,
considerada por Maquiavel em seu livro “O Príncipe”, onde prevalecia a tirania.
Retornando mais ainda ao passado,
nas “Sátiras” de Décimus Juvenalis, ou simplesmente Juvenal, sobre o império
romano, dizia que para que o poder constituído mantivesse as massas em estado
de prostração, bastava corrompe-la pelo prazer, dando-lhe o PÃO E O CIRCO.
Hoje, feriado que de alguma forma
me remete o pensamento mais que libertário, acordei cedo para comprar pão e juntei
esses pequenos conceitos que passaram pela minha cabeça neste fim de semana, entendendo
que a tirania que se instala vem necessariamente de quem detém o poder (estou
sendo propositalmente redundante), como de costume, dessa e de várias outras formas.
À massa desafortunada, que não
tem poder ou o dinheiro, são propostas diariamente pequenas ou grandes
barganhas. As pequenas e efêmeras trocas – como um showzinho na praça, um
torneio de futebol, bolsas isso ou aquilo e até mesmo um feriado (porque não?!) - são prazeres ou
coações coletivas que acabam por trazer-nos o respiro forçoso de um balão de
oxigênio. As maiores, muitas vezes são oferecidas por baixo dos panos, para furtivamente
tentar comprar-nos a essência; corromper-nos, enfim. Aos que têm caráter duvidoso,
efetivamente compram. Há ainda os que batem no peito para defender o
indefensável.
Uma barganha na encruzilhada,
como o mito de Robert Johnson.
O fato é que a caravana passa e o
pão não nos é dado; suamos para ganha-lo todos os dias.
O que fica para nós que não fazemos
barganhas?
Bom feriado.